Vitória premia melhores curtas e vídeos

Festival que terminou no sábado deu troféus aos curtas Palíndromo, Sinistro e ao vídeo Dietriste

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Por Agencia Estado
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Homenageado de honra do 8.º Vitória Cine Vídeo - 5.ª Mostra Competitiva Nacional, o ator Lima Duarte subiu ao palco do Cine Teatro Glória, no centro da capital do Espírito Santo, na quinta-feira à noite. Foi ovacionado pelas mais de mil pessoas que lotavam o amplo teatro adaptado para sediar as exibições. Duarte lembrou sua carreira e respondeu a eventuais críticas que lhe possam ser feitas, de que interpretaria sempre o mesmo personagem. Pense em Sinhozinho Malta (Roque Santeiro, na TV), em sargento Getúlio e no patriarca de Eu Tu Eles (no cinema). São o mesmo personagem e são diferentes. "Represento o homem brasileiro", disse Duarte. Vai além: faz um extraordinário padre Vieira no filme de Manoel de Oliveira, Palavra e Utopia. A homenagem a Lima Duarte foi um dos eventos que marcaram o 8.º Vitória Cine Vídeo. O festival de cinema e vídeo - concorrem somente filmes de curta-metragem - teve salas cheias ao longo de toda a semana. No sábado à noite, foram anunciados os vencedores. Não houve nenhuma grande surpresa. Palíndromo, de Philippe Barcinski, Sinistro, de René Sampaio, Coruja, de Márcia Derraik e Simplício Neto, e Onde Andará Petrúcio Felker?, de Allan Sieber, concentraram os principais prêmios de cinema. Os vídeos vencedores foram: Dietriste, de Margareth Taqueti, Ian Prake e Lobo Pasoline, Merréis, de Leandro HBL, Meu Pé de Feijão, de Joel Vieira Jr., Só, de Conrado Almada e Vermelho, de Tati Rabello e Rodrigo Linhales. Os prêmios de aquisição Do MinC foram: Onde Andará Petrúcio Felker? e A Canga, de Marcus Vilar. Marlim Azul - Criado há oito anos, só há cinco o Vitória Cine Vídeo é competitivo. Escolheu esse formato: premia curtas e vídeos, exibe longas numa mostra especial. Além do troféu Marlim Azul, que faz referência a um peixe da região, distribui prêmios em dinheiro. São quantias modestas, em torno de R$ 1,5 mil - R$ 2,5 mil para os prêmios de aquisição, do MinC -, mas são compatíveis com o orçamento do próprio festival, que fica em torno de R$ 500 mil, bancados pela BR Distribuidora, pela Eletrobrás, pela Telemar e pela Prefeitura de Vitória. Pode parecer pouco, mas é suficiente para que o trio de organizadores - Beatriz Lindenberg, Lúcia Caus e Orlando da Rosa Farya - consiga não apenas levar a Vitória dezenas de convidados de todo o País, mas também realizar todas as sessões de graça e ainda promover oficinas, concurso de roteiros e o ´Festivalzinho´. Palíndromo, o famoso filme que passa de traz para a frente, foi o melhor curta, mas Sinistro levou os prêmios de direção (René Sampaio) e roteiro (Sampaio e Denilson Félix). Onde Andará Petrúcio Felker? foi a melhor animação e Coruja, o melhor documentário. Entre os demais prêmios de curtas, vale destacar os de ator (Paulo Tienthaler, por Numa Noite Qualquer, de Gustavo Acioli) e atriz, no caso, atrizes (Dirce Migliaccio e Cleyde Yáconis, por Célia e Rosita, de Gisella de Mello). Pormenores deu a Idê Lacreta o prêmio de montagem. É um filme de Flávio Frederico, que também integrou a mostra de longas com Urbânia, exibido na sexta à noite. No sábado, após a premiação, passou O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr. E, somente ontem, o festival saiu de dentro das salas para apresentar, ao ar livre, na tela montada na Curva da Jurema, Domésticas. O filme de Fernando Meirelles e Nando Olival deveria ter sido exibido na terça. Como choveu, a sessão na praia foi transferida para domingo e o Vitória Cine Vídeo, programado para durar de 5 a 10, terminou ganhando mais um dia. Mais de 300 trabalhos (exatamente 321) se inscreveram para o festival, que selecionou 87 produções, representando um panorama atualizado das tendências do cinema e do vídeo no País, na atualidade. O objetivo dos organizadores é colocar Vitória no mapa do cinema brasileiro. Para isso, sonham desdobrar o festival ao longo do ano, apresentando mostras especiais, lançamentos de filmes, retrospectivas, cursos e o ´Festivalzinho´. Já que o objetivo é formar platéias, nada melhor do que investir nas crianças. A procura pelas escolas levou o Galpão, empresa que organiza o Vitória Cine Vídeo, a transformar o ´Festivalzinho´ numa atividade permanente para alunos de toda a rede de ensino fundamental da Grande Vitória. Em cinco anos de mostra competitiva, o evento contabiliza 80 mil espectadores.

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