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‘Vice’ retrata Dick Cheney como homem calculista que induz Bush a entrar na guerra com o Iraque

No filme, Christian Bale engordou 20 quilos para o papel, ao lado de Bush, vivido por Sam Rockwell

Por Lisa Richwine
Atualização:

Pouco depois do lançamento de seu filme sobre Wall Street A Grande Aposta, de 2015, o roteirista e diretor Adam McKay estava de cama por causa de um resfriado e pegou um livro sobre o ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney.

McKay ficou fascinado com o poder que Cheney – que havia sido alto secretário da Otan nos anos 1970 e também ministro da Defesa do governo George Bush pai, de 1989 a 1993 – acumulou discretamente nos bastidores do governo de George W. Bush e se inspirou a escrever e dirigir Vice, que estreia nos cinemas americanos no Natal, para mostrar como isso aconteceu. No Brasil, a previsão de estreia é para o dia 31 de janeiro.

Elenco. Adam McKay (no centro) com Sam Rockwell, Amy Adams, Christian Bale e Steve Carell Foto: MARIO ANZUONI/REUTERS

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“Como esse cara tão sem carisma e tão sombrio afetou a história a esse ponto?”, questiona McKay em uma entrevista. Em Vice, Christian Bale, que engordou 20 quilos para o papel, retrata Cheney como uma figura calculista, que induz Bush (vivido por Sam Rockwell) a entrar na guerra com o Iraque após os ataques de 11 de setembro de 2001. Mas o filme também conta a história de amor de Cheney e sua esposa, a escritora Lynne (Amy Adams), e exibe momentos de ternura do político com suas duas filhas, Liz e Mary Cheney.

“Tentamos fazer o retrato de um personagem que fosse mais do que direita versus esquerda, realmente tentando entender o caminho que a América tomou”, disse McKay. “Era uma história que ia da ambição americana humilde ao poder e a algo mais sombrio.” McKay, cujo currículo inclui comédias com Will Ferrell, como O Âncora – A Lenda de Ron Burgundy, Tudo por um Furo, Quase Irmãos e Ricky Bobby – A Toda Velocidade e Os Outros Caras recebeu um Oscar de roteiro pelas táticas incomuns que usou para descrever o colapso do mercado imobiliário dos Estados Unidos em A Grande Aposta. Em Vice, ele intercala o drama com sequências de fantasia que incluem uma cena imaginada na qual Dick e Lynne Cheney têm um diálogo shakespeariano para tramar o próximo passo de sua carreira.

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