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Vanja Orico foi uma das mais cintilantes figuras do ciclo do cangaço

Cantora e atriz morreu nesta quarta-feira, 28, no Rio de Janeiro, aos 85 anos

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

 Vanja Orico ficou internacionalmente conhecida como a cabocla que cantava em O Cangaceiro, de Lima Barreto. Primeiro "Olé, muié rendera/olê muié renda", depois "Sôdade meu bem/sôdade/sôdade do meu amor..." Foi o primeiro grande êxito internacional do cinema brasileiro, e naquele ano O Cangaceiro ganhou o prêmio de melhor filme de aventuras no Festival de Cannes. 

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Mais tarde, a turma do Cinema Novo haveria de fazer uma cruzada contra Lima Barreto, acusando-o de falsificar a realidade nordestina. O nordeste de O Cangaceiro, com efeito, foi reconstituído no interior de São Paulo, mas isso não impediu que o nordestern de Barreto, seu western sertanejo, arrebatasse plateias em todo o mundo.

Cantora, atriz, cineasta.Vanja Orico, nome artístico de Evangelina Orico, morreu nesta quarta-feira, 28, no Rio de Janeiro, aos 85 anos, vítima de complicações decorrentes de câncer no intestino. Ela também sofria de mal de Alzheimer e estava internada no Hospital Copa D'Or, em Copacabana (zona sul), desde o dia 11. 

Bem antes de coestrelar com Milton Ribeiro, Alberto Ruschell e Mariosa Prado o clássico de Lima Barreto, Vanja já cantara em Mulheres e Luzes, o longa de estreia de Federico Fellini, em parceria com Alberto Lattuada. Ela fora a Itália para estudar canto, terminou cantora, depois atriz. Virou uma das mais cintilantes figuras do ciclo do cangaço, participando de outros filmes - Lampião, o Rei do Cangaço, Cangaceiros de Lampião e Jesuíno Brilhante, Cangaceiro. Também participou de Independência ou Morte, outro filme de Carlos Coimbra (seu diretor em O Rei do Cangaço), como a baronesa de Goytacazes. E emprestou sua beleza agreste ao time de mulheres de Ele, o Boto, de Walter Lima Jr.

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