"Vai dar representatividade a jovens negros", diz Danai Gurira sobre 'Pantera Negra'

Atriz, conhecida como a Michone de 'The Walking Dead', discute também os novos rumos da série

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Por Pedro Rocha
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O repórter, esquecido, não aperta o botão do térreo. É Danai Gurira quem o lembra. “Gostou do Rio?”, pergunta, timidamente, o jornalista, continuando o papo de elevador. “É incrível, passei alguns dias lá”, responde a atriz, que ganhou o coração dos fãs como Michonne na série The Walking Dead, e que em breve será vista como a guerreira Okoye em Pantera Negra, da Marvel. Ao saber que o repórter, brasileiro, nunca esteve no Rio, ela se surpreende. “Você sabe falar inglês, mas nunca foi ao Rio?!” A despedida é com risadas. 

A atriz Danai Gurira como a personagem Okoye, braço direito do herói que dá título ao filme 'Pantera Negra'. Foto: Kwaku Alston/Marvel Studios

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Antes disso, a conversa com Gurira, que esteve em São Paulo, no último fim de semana, para participar da Comic Con Experience, passou longe de “papo de elevador”. Vivendo nas telinhas uma nova fase com a sempre poderosa Michonne, que agora está num romance com Rick (Andrew Lincoln), ela analisa a personagem.

“Ela é uma pessoa diferente de quando enfrentou o Governador. Ela está numa situação nova, uma mulher apaixonada, e isso pode ser assustador”, reflete, comemorando o novo desafio. “Poder viver uma mulher negra na TV, com essa profundidade, é incrível. A cada temporada, sou desafiada por essa personagem, é o que me atraiu nela.”

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A série, que há pouco dias chegou à metade de sua oitava temporada, retorna agora apenas em 25 de fevereiro, para os episódios finais deste ano, que serão exibidos no Brasil pelos canais FOX Premium 2 e FOX. Apesar de, nos EUA, a audiência despencar a cada episódio, Gurira celebra o engajamento dos fãs. “Ninguém vai estar sempre feliz com os acontecimentos, mas o que importa é que as pessoas estão envolvidas. Os fãs se sentem donos da série, e isso é ótimo!”

Ao longo das temporadas, as personagens femininas, como a própria Michonne, Carol (Melissa McBride) ou Rosita (Christian Serratos), têm sido grandes forças em The Walking Dead, o que motiva fãs por todo o mundo. “Uma garota me disse que teve coragem de largar o emprego, que não estava sendo bom, por ver a Michonne”, relata Gurira. “A série mostra que mulheres, em circunstâncias adversas, podem ser guerreiras e líderes incríveis.”

A atriz Danai Gurira como a personagem Michone na série 'The Walking Dead'. Foto: Alan Clarke/AMC

Dramaturga, Danai Gurira escreveu em 2009 uma peça chamada Eclipsed, sobre mulheres que se tornam guerrilheiras rebeldes em meio à grande crise na Libéria. Montada na Broadway em 2016, a peça recebeu cinco indicações para o Tony Awards. Apesar de falar sobre um apocalipse zumbi, para a atriz, The Walking Dead tem uma relação maior com histórias reais, como a de Eclipsed, do que se possa imaginar. “Quando li sobre Michonne, ela pareceu, para mim, as mulheres que descobri na pesquisa para a peça, que estão em zona de guerra e que precisam se transformar, se tornar líderes rebeldes.”

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Quase que destinada a viver guerreiras, Gurira será vista, também em fevereiro, como Okoye, líder da guarda real do fictício reino de Wakana em Pantera Negra, da Marvel. “Ela está diferente dos quadrinhos, pude contribuir e ser parte de quem ela se tornou”, afirma. “Ela carrega a segurança da sua nação nos ombros, é um ótimo retrato feminino.”

A atriz comemora o fato de o filme ser o primeiro a trazer um super-herói negro como protagonista, vivido por Chadwick Boseman. “Nasci nos EUA, mas cresci no Zimbábue. Lá, você nunca vê super-heróis que se parecem ou falam como você”, analisa. “Essa história, que é muito universal, vai dar representatividade para jovens negros.”

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Depois do filme, em que atua com Lupita Nyong’o, estrela de Eclipsed na Broadway, Danai Gurira ainda será vista como Okoye em Vingadores: Guerra Infinita, que estreia em abril. 

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