V de Vingança chega aos cinemas nos Estados Unidos

O filme, estrelado pela atriz israelense Natalie Portman, é baseado numa série de quadrinhos criada há mais de 20 anos. Estréia no Brasil em abril

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Por Agencia Estado
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O bioterrorismo, as escutas ilegais e os campos de detenção são alguns dos elementos presentes em V de Vingança, de James McTeigue, um filme polêmico baseado numa série de quadrinhos lançada há mais de 20 anos, mas que permanece atual. "É o filme perfeito no momento perfeito", disse à EFE o produtor Joel Silver. O filme estréia hoje nos EUA e dia 7 de abril no Brasil. A Warner Bros não concorda com a afirmação de Joel porque não deseja criar este tipo de expectativas. Após os atentados realizados no dia 7 de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres, quando 52 pessoas morreram, adiou a estréia do filme - a história de V de Vingança inclui um atentado terrorista no metrô londrino. "É um filme que faz perguntas sobre a violência, o terrorismo, sua razão de ser", diz a protagonista, a atriz israelense Natalie Portman. Segundo ela, "se alguém tivesse explodido o edifício no qual Hitler estava, seria tratado como um herói, não como um terrorista". A "graphic novel" original foi escrita na década de 1980 pelo roteirista Alan Moore, que estava indignado com a Inglaterra da então primeira-ministra Margaret Thatcher. Em algum momento do futuro e no meio de um mundo em caos, o Reino Unido é dominada por um Governo totalitário. Um misterioso mascarado, cujo nome é V, deseja acabar com o regime que o fez ser o que é. "Eu o vejo como um herói no sentido mais clássico, alguém complicado e que representa os dois lados da moeda", diz Natalie. A produção de US$ 50 milhões tem o selo dos irmãos Wachowski, Larry e Andy, responsáveis pela trilogia Matrix. Há dez anos os dois se interessaram pela história de Moore, e após os atentados de 11 de setembro viram a atualidade que um enredo como este teria. Ainda assim, os irmãos Wachowski preferiram deixar a direção nas mãos de James McTeigue, assistente de direção em Matrix. O filme está pronto num momento em que surgem produções cinematográficas cada vez mais politizadas, como Boa Noite, e Boa Sorte, Syriana - A Indústria do Petróleo, Munique e Paradise Now "No início, pode parecer mais uma história de super-heróis, pelo fato de ser baseada em uma revista em quadrinhos", afirma Natalie, que não tinha lido a "graphic novel" por pensar que se tratava de uma história para crianças. "Entretanto, é um material único, que mexerá com o público. É uma viagem emocional, que permitirá boas conversas com os amigos", diz. O tom da discussão é outro tema. Os estúdios Warner não pouparam esforços para promover um filme no qual a figura do terrorista mascarado é tratada como a de um herói que luta pela liberdade. "Há alguns que pensam que o fim é genial e revolucionário, e outros que se indignam e o consideram fascista. Mas isso é melhor do que estar sempre falando de moda e fofoca", conclui Natalie.

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