Foi o que aconteceu no Festival de Brasília do ano passado, no qual Avanti Popolo estreou, sem muito alarde. No fim, foi recompensado com os troféus de direção para Michael Wahrmann, e o de ator (in memoriam) para Reichenbach, numa decisão obviamente sentimental do júri. No entanto, esse filme pequeno, pelo que sabe, foi encontrando seu lugar entre jovens em vários lugares e tem viajado a festivais alternativos pelo mundo. A dificuldade de classificá-lo em gêneros convencionais joga a seu favor. E tem mesmo como trunfo esse vago sentimento anarquista que fala ao coração de quem não se enquadra no mundo nem encontra alternativas realistas para ele. É quase um réquiem para as utopias de um tempo encerrado.