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Tommy Lee Jones fala sobre "Homens de Preto 2"

Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o ator que resgata o terno preto, os óculos escuros e a parceria com Will Smith, fala sobre sua carreira

Por Agencia Estado
Atualização:

Hollywood nunca conseguiu aprisionar Tommy Lee Jones em um único papel. Seja o de mocinho ou o de vilão. Um dos poucos atores que transitam convincentemente pelas duas categorias, Jones lutou por justiça em Os Federais e Regras do Jogo, complicou a vida dos heróis em Contagem Regressiva e Batman Eternamente e fez as duas coisas em O Fugitivo (caçando Harrison Ford, que ele jurava ser culpado). Para deixá-lo ainda mais difícil de rotular, o ator texano com jeito de durão revelou timing para comédia em Homens de Preto e Caubóis do Espaço. Sua veia humorística é reforçada em Homens de Preto 2, continuação do blockbuster de 1997, em que ele revive o caçador de extraterrestres, resgatando do fundo do baú o terno preto e os óculos escuros. "A profissão que escolhi nunca me deixou entediado´´, disse o ator de 55 anos à Agência Estado em Nova York, cenário de Homens de Preto 2. Com estréia dia 4 de julho nos Estados Unidos e 12 de julho no Brasil, a seqüência deu a Jones a chance de retomar a parceria com o diretor Barry Sonnenfeld e com o ator Will Smith. "Fiquei ainda mais entusiasmado por reencontrar Frank. Adoro seu senso de humor´´, brincou o ator, referindo-se ao cachorro falante que também trabalha na organização secreta com a missão de proteger a Terra dos alienígenas. "Como recebo poucas ofertas de comédias, agarrei na hora a chance de reviver o agente Kay. Fazer a platéia rir dá uma sensação revigorante. Sinto-me um médico que acaba de curar um paciente.´´ Como o agente Kay aposenta-se no final do filme original, que arrecadou mundialmente US$ 587 milhões, o personagem inicia Homens de Preto 2 trabalhando no correio. Mesmo levando uma vida pacata na cidadezinha de Truro, em Massachusetts, após ter os dias de agente apagados de sua memória, Kay é obrigado a voltar à organização. Só ele pode impedir um plano diabólico arquitetado pela alienígena Serleena (Lara Flynn Boyle, depois que a criatura carregada de tentáculos toma a forma de uma top model). Após recuperar a memória, Kay está novamente pronto para ao lado do agente Jay (Smith), combater a "escória do universo". "Como nunca fui reconhecido pelo meu senso de humor descobri no primeiro filme que a chave para ficar engraçado seria me aproximar o máximo de Will. E foi o que fiz´´, disse. "Até frequentei clube de rap´´, brincou. Agência Estado - Onde estão os seus óculos escuros? Tommy Lee Jones - No quarto do hotel. Mas posso mandar buscar (risos). Ainda que tenha construído uma galeria de personagens sérios, você parece não ter medo de se expor ao ridículo. Há alguma fronteira que você não cruzaria para fazer o público rir? Eu faço qualquer coisa por dinheiro (risos). Pensando melhor, não poderia seguir o exemplo de Will Smith (intérprete de uma música da trilha sonora de Homens de Preto 2). Cantar seria demais para uma pessoa pouco musical, como eu. Só canto mesmo no chuveiro, onde gosto de bancar o Plácido Domingo. Mas desafino imediatamente quando percebo que alguém está se aproximando. Acredita ter mudado a percepção do público a seu respeito ao ter estrelado o primeiro Homens de Preto? Pelo menos a minha filha (Victoria, de 10 anos) passou a me achar um cara mais descolado (risos). Como ela quer ser atriz faz uma ponta em Homens de Preto 2. Mas desta vez ela é a descolada da família. Como foi rodar a cena em que Lara Flynn Boyle coloca a língua na sua orelha? Parece que isso não estava previsto no roteiro. Foi divertido, mas eu realmente não sabia. Parece que Barry percebeu que ainda tinha dinheiro para fazer mais um efeito especial. Então pediu que Lara me surpreendesse dessa forma. Como sua personagem é uma extraterrestre, a situação permitiu que o departamento de efeitos soltasse a imaginação, mostrando até onde a língua dela podia chegar. Como é contracenar com várias criaturas geradas por computador? O trabalho do ator é o mesmo, já que normalmente temos de usar nossa imaginação. A produção geralmente nos mostra desenhos e imagens de como será a criatura com quem contracenaremos na tela. Às vezes quando um alienígena deveria estar em determinado ponto, a produção coloca alguém fazendo careta com um bastão ou uma raquete de tênis na mão. Mas aí vira piada (risos). É melhor não ter ninguém bancando o monstro. Considerou que o cachorro falante podia roubar a cena? O cachorro é bom, mas não teve chance (risos). Haverá mais uma continuação, Homens de Preto 3? Espero que sim. Mais alguma comédia à vista? Estou em negociações com a Warner para protagonizar uma comédia no começo do ano que vem. Bom, esperamos que seja uma comédia (risos). O roteiro gira em torno de adolescentes que são colocados em programas de proteção de testemunhas. Mas eu faço um agente do FBI e não uma líder da torcida, ainda que estes sejam os melhores papéis. Você é conhecido por evitar a mídia e o assédio dos fãs Talvez seja verdade que eu não lide muito bem com a fama. Eu admito que sinto falta da privacidade que tinha antes de ser ator. Por isso considero os meus vizinhos, no meu rancho no Texas, como minha família. Isso porque nós cuidamos uns dos outros sem nos importarmos com quem é ou deixa de ser famoso. O que você gosta de fazer quando não está trabalhando? No feriado de 4 de julho (Dia da Independência Americana), por exemplo, eu vou fazer churrasco, soltar fogos de artifício, nadar e brincar com as crianças. Assim como seu personagem, que começa o filme trabalhando no correio, já teve algum emprego maçante antes de se tornar ator? Não. Se bem que trabalhei em campos de petróleo. A maioria dos empregos que tive, considerando mesmo os bicos de verão, tinham a ver com interpretação. Tive trabalhos perigosos, difíceis e desconfortáveis. Mas acho que, se tivesse de enfrentar um trabalho chato, acabaria pedindo demissão.

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