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Tom Tykwer aborda relacionamentos em 'Triângulo Amoroso'

Diretor de 'Corra, Lola, Corra' imprime a própria marca, recorrendo a uma notável elegância visual

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Por Redação
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Diretor consagrado por Corra, Lola, Corra (1998), o alemão Tom Tykwer montou em Triângulo Amoroso, filme que concorreu no Festival de Veneza 2010 e estréia nesta sexta-feira em São Paulo, uma história de surpreendente complexidade e leveza, acompanhando o envolvimento entre um casal quarentão (Sophie Rois e Sebastian Schipper) e um outro homem (Devid Striesow), por quem os dois, sucessivamente, se apaixonam. Hanna (Sophie Rois) é apresentadora de um programa de entrevistas na TV. Simon (Sebastian Schipper) trabalha no mundo da arte corporativa. A história situa os dois dentro de um universo urbano, contemporâneo, em Berlim. Hanna e Simon são dois seres modernos típicos, pressionados entre uma agenda diária apertada e as tensões emocionais típicas da própria idade. Vivem juntos há 20 anos e estão experimentando uma série de problemas bem adultos - como o esmorecimento do desejo de um pelo outro, a morte da mãe de Simon e um câncer testicular dele. Entra em cena um elemento novo - o geneticista Adam (Devid Striesow). Hanna o conhece num congresso e os dois se envolvem. Pouco depois, Simon o encontra no vestiário da escola de natação e os dois se aproximam sexualmente também. Sem que um saiba da ligação do outro com Adam, o casal renova suas emoções. Mas o segredo tem os dias contados. Abordando um tema frequentemente visitado pelo cinema francês, italiano e também o brasileiro - geralmente em chave cômica -, o diretor e roteirista alemão imprime a própria marca, recorrendo a uma notável elegância visual, como quando usa telas divididas, sequências de dança e uma luz particularmente cuidada no ambiente da piscina onde Simon e Adam se conhecem. Longe de ser um recurso meramente decorativo, este apuro visual contribui para o tom moderno que se tenta assumir. Tykwer quer, visivelmente, discutir afinal que tipo de relacionamento amoroso existe hoje. Mas não se arrisca a fechar conclusões definitivas. Satisfaz-se com uma incursão ao estresse da modernidade, em que o dilema das pessoas passa pela contínua necessidade de optar por alguma coisa, quando tantas delas estão sendo oferecidas ao mesmo tempo - sejam elas informações, estímulos ou qualquer outro elemento. (Neusa Barbosa, do Cineweb)

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