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Tizuka filma "Gaijin 2" no Japão

Tizuka Yamazaki dirige a continuação do filme que a consagrou há mais de 20 anos e prepara-se para a fase de rodagem na cidade de Kobe, a mesma onde o Brasil derrotou a Bélgica

Por Agencia Estado
Atualização:

O Japão continua na mira dos brasileiros - no início de agosto, quando acalmar a euforia da Copa do Mundo, a cineasta Tizuka Yamasaki viaja para Kobe, cidade japonesa onde a seleção pentacampeã de Luiz Felipe Scolari venceu a Bélgica pelas oitavas-de-final. Lá, ela não vai tratar de futebol, mas de um assunto que acalenta há mais de 20 anos: a continuação de Gaijin, Os Caminhos da Liberdade, filme que marcou sua estréia na direção e que a consagrou entre público e crítica. Gaijin 2, uma produção orçada em R$ 8 milhões, começou a ser filmado em março, em uma cidade cenográfica montada em Londrina, no Paraná. "Rodamos lá algumas cenas que se passam no Japão, mas faltam algumas que darão mais credibilidade à história", comenta Tizuka, que filmará poucas imagens em Kobe e em outras cidades japonesas como Fukuoka, um material que corresponde a apenas 5% do roteiro. "Registraremos locais que identificam o Japão." E a produção foi possibilitada graças aos esforços de Kyoko Tsukamoto, atriz de Gaijin, que se tornou empresária e propôs a Tizuka a realização da continuação. "Isso aconteceu em 1996, quando fui a Tóquio a convite da Kyoko e fiquei entusiasmada com a comunidade brasileira que vive lá", conta a cineasta, que passou por uma série de percalços para realizar a produção. Se Gaijin, que, em japonês, significa estrangeiro, era um retrato da imigração japonesa, que se iniciou em 1908, com a chegada ao porto de Santos do navio Kassato Maru, trazendo imigrantes para trabalhar nas lavouras, Gaijin 2 pretende ser um painel do universo atual dos descendentes desses imigrantes, que hoje estão perfeitamente integrados à sociedade brasileira. No novo filme, que vai retratar quatro gerações, Kyoko Tsukamoto retoma a personagem Titoe, que no primeiro era a imigrante recém-casada, que chegara ao Brasil com apenas 16 anos. Agora, ela está adulta. Mas o foco da história são seus netos. A família vivia bem até que, no início dos anos 90, o governo Fernando Collor confiscou a economia de todos, deixando a família praticamente na miséria. A situação obriga Gabriel, o marido de sua neta Maria, a embarcar para o Japão com o objetivo de tentar a sorte. O problema é que os meses passam e ele não manda mais notícias. Desesperada, Maria resolve viajar com os dois filhos. Em meio a diferenças culturais e preconceito, ela descobre o lado bom da integração. Enquanto procura o marido, consegue alguma estabilidade no país.

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