
08 de março de 2006 | 11h36
O Orfanato, que tem produção do premiado mexicano Guillermo del Toro e estréia em todo Brasil nesta sexta-feira, 7, pode se resumir como uma história de terror, com fantasmas e outros medos de infância. Veja também: Trailer de 'O Orfanato' Del Toro é produtor e diretor de filmes de suspense e terror sofisticados, como A Espinha do Diabo (2001) e O Labirinto do Fauno, vencedor de três Oscars em 2006. A visão da infância de Del Toro, traduzida em seus filmes, é sempre perturbadora. Em O Orfanato, uma co-produção da Espanha e México, as lembranças da infância voltam com força à vida de uma mulher adulta, Laura (Belén Rueda, de Mar Adentro), que decide voltar a viver na casa onde funcionava um antigo orfanato. Ali ela cresceu até os 7 anos, quando foi adotada. Seu plano, na verdade, é reabrir o lugar, hoje abandonado. Junto com o marido médico Carlos (Fernando Cayo) e o filho Simon (Roger Príncep), ela pretende criar ali uma instituição voltada ao atendimento de crianças com alguma deficiência. Antes que o plano de reforma seja colocado em prática, Laura encontra motivos de inquietação. Seu filho começa a falar de um amigo invisível. Quando o desenha, como uma criança que usa um saco de papel cobrindo o rosto, lembra uma figura do passado de Laura no orfanato. Depois da visita inesperada de uma estranha assistente social (Montserrat Carulla), o menino descobre dois segredos sobre sua vida e desaparece repentinamente. O desespero de Laura leva-a a explorar todas as hipóteses, inclusive as paranormais. Ela suspeita que haja fantasmas na casa, até porque ela mesma já viu um - essa, talvez, seja a sequência que dá o maior susto no filme. Não encontrando o filho depois de meses, recorre a uma vidente, Aurora (Geraldine Chaplin, de Fale com Ela) que, em transe, visita cada canto da casa e lhe dá algumas pistas. O diretor estreante Juan Antonio Bayona conduz a história em ritmo razoável, embora com muitos clichês. Só são mesmo acima da média o desempenho de Belén Rueda, na pele de uma mãe disposta a tudo para encontrar o filho, e a fotografia de Oscar Faura, traduzindo em nuances a ambiguidade da história.
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