Após cinco anos vivendo apenas nos palcos dos teatros brasileros, Maria do Caritó, icônica personagem de Lília Cabral, se prepara para alçar voos mais altos. Prestes a estrear nos cinemas, Newton Moreno, autor e roteirista da versão em filme da história sobre a moça virgem e solteirona que ganhou fama no teatro, falou ao Estado sobre a experiência de adaptar uma obra deste porte.
Luiz Carlos Merten - Como foi fazer essa passagem da Maria do Caritó?
Newton Moreno: A ideia, levando a personagem para outra mídia, outra linguagem, era manter sua essência, mas criando um mundo novo em que a cidade, o circo, tudo fosse mais colorido e verdadeiro. Nesse processo, foi fundamental para mim a parceria com o Zé (Carvalho). Imaginação eu tenho. Com ele, que tem a experiência do roteiro, assimilei outras ferramentas.
Seus textos muitas vezes são impregnados de homoerotismo, mas aqui o tema é a mulher...
...E a Maria tem tudo a ver com esse momento. O empoderamento, essa coisa de que a mulher não precisa de santo nem de homem. Maria quer abandonar a cidadezinha e vai aprender, tomando porrada, que não precisa da muleta de ninguém. Basta a autoestima, a confiança em si mesma para enfrentar o mundo.
Mais cinema?
Com certeza. Agreste, outra peça, está virando filme. E dos bons, já vou dizendo.