Spielberg estreia no cinema musical

Cineasta dirige nova versão de ‘West Side Story’, com mais ênfase nas questões de raça, imigração e pobreza

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Por Ubiratan Brasil
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Quando estreou em 1957, o musical West Side Story revolucionou a Broadway pelo tema (versão moderna de Romeu e Julieta, era ainda uma metáfora sobre a ameaça que os imigrantes significavam para um país rico) e também pela forma (pela primeira vez, a ação passava para a dança de uma forma natural, como se a coreografia fosse extensão dos movimentos dos atores). Não demorou até chegar a Hollywood, conquistando nada menos que dez Oscar em 1961 - inclusive de melhor filme.

Clássica cena do baile em 'Amor, Sublime Amor: versão de Steven Spielbergestreia nesta quinta-feitra, 9. Foto: EFE/Twentieth Century Fox /Niko Tavernise

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Façanha

Agora, um dos mais icônicos musicais ganha nova versão cinematográfica que, sob a direção de Steven Spielberg, estreia nesta quinta-feira, 9. Não se trata de uma simples modernização do tema, mas uma façanha da reconstrução. Spielberg e seu roteirista, o dramaturgo Tony Kushner, mantiveram as tensões raciais entre porto-riquenhos e americanos natos, mas agora o território pelo qual ambos lutam está ameaçado de demolição.

A história tem Nova York como cenário e, como eixo central, o romance proibido entre dois jovens, Maria (Rachel Zegler) e Tony (Ansel Elgort), cada um pertencendo a uma das facções. O amor impossível é fadado ao fracasso, uma paixão irrealizável por causa do racismo e da xenofobia americanos. 

O que tornou o musical um clássico é seu time de criadores: melodias de Leonard Bernstein, letras de Stephen Sondheim (recentemente falecido), coreografia de Jerome Robbins. Canções como Maria e America ajudam a narrar a trama e definem o caráter dos personagens. Fã confesso do musical, Spielberg dá mais ênfase às questões de raça, imigração, pobreza e marginalização, mas com aceno afetuoso à inovadora versão original.

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