'Speed Racer' investe no visual e nos efeitos digitais

Com os irmãos Wachowski na direção, filme tenta agradar adolescentes sem deixar de lado os fãs quarentões

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Por Rodrigo Zavala e da Reuters
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Com impressionantes cenários digitais e corridas de deixar o espectador sem fôlego, os irmãos Andy e Larry Wachowski (da trilogia Matrix) voltam aos cinemas com o novo Speed Racer, que estréia nesta sexta-feira, 9. Baseado no desenho japonês de mesmo nome, que fez sucesso nas décadas de 1960 e 1970, o filme entra em circuito nacional, com cópias dubladas e legendadas. Veja também: Trailer de 'Speed Racer'  Voltado para a geração do videogame, com seu colorido excessivo e ritmo acelerado, Speed Racer procura sintonizar com seu público-alvo, os adolescentes, sem deixar de lado os seus fãs quarentões. Ao mesmo tempo, consegue ser uma história leve, didática para quem não a conhece - há flashbacks por todo o desenrolar do filme - e, o mais importante, sem muitos desvios da trama original. Speed Racer (Emile Hirsh, de Na Natureza Selvagem) é um campeão das pistas de automobilismo, a bordo de seu possante carro, o Mach 5. O jovem cresceu à sombra do sucesso de seu irmão mais velho, dado como morto. Por seu indiscutível talento, o piloto começa a ser assediado para virar o piloto oficial de uma corporação que domina o circuito. O primeiro dilema que o herói irá enfrentar é exatamente se deixará a escuderia familiar e a genialidade de seu pai, Pops (John Goodman, uma das vozes de Carros), para vender seu passe aos grandes conglomerados. Como é de se esperar, Speed diz não aos confortos e planos suspeitos da corporação e, fazendo isso, terá de enfrentá-la. Para ajudá-lo, surge na história o misterioso Corredor X (Matthew Fox, da série Lost), que vem a ser o irmão até agora considerado como morto. Os irmãos Wachowski exibem seu talento criando manobras que desafiam as leis da gravidade e aterrissagens explosivas, em corridas sujas e com carros adulterados pela corporação. No entanto, embora o visual surpreenda, o enredo apresenta algumas falhas. Ao contrário do que ocorre nos disputados ralis, o filme perde seu ritmo com um grande número de problemas emocionais e familiares, dos quais o Corredor X é apenas um exemplo. A atriz Susan Sarandon (No Vale das Sombras) destaca-se como a matriarca sensível aos anseios de sua família, um verdadeiro alicerce moral dos Racers. No fim, não parece ser muito distinto dos grandes dramas que a atriz se acostumou a fazer nos últimos anos. Quem salva muitas vezes as cenas familiares são os personagens Gorducho (Paulie Litt), irmão caçula de Speed Racer, e Zequinha, seu macaco de estimação, os grandes alívios cômicos da trama. Uma curiosidade no filme, que poderá confundir os fãs, é que nas fotos de divulgação Speed Racer aparece dirigindo um Mach 6. A explicação é simples: o herói precisou turbinar o carro para enfrentar os bandidos em seu encalço. Mas o fato de o Mach 5 ter se tornado obsoleto pode chatear os fãs mais conservadores.

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