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Soderbergh usa não-atores em filme sobre garota de programa

Por MICHELLE NICHOLS
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Com um elenco de não-atores liderado por uma estrela pornô, o diretor Steven Soderbergh descreveu seu novo filme "The Girlfriend Experience", feito com orçamento pequeno, como um "documentário ficcionalizado" - um estilo que ele pretende levar a Hollywood. "The Girlfriend Experience", que chegará a alguns cinemas norte-americanos na sexta-feira, gira em torno de uma garota de programa de alta categoria de Manhattan que oferece mais que apenas sexo: ela proporciona a seus clientes uma experiência completa de relacionamento romântico, fazendo o papel de namorada deles. A garota de programa é representada por Sasha Grey, 21 anos, atriz premiada que já trabalhou em mais de 80 filmes pornô. Todos os outros 38 membros do elenco são não atores, incluindo o personal trainer Chris Santos, que representa o namorado de Grey no filme. "É como uma espécie de documentário ficcionalizado, porque todas as pessoas vistas no filme fazem na vida real os mesmos trabalhos que fazem no filme. Por exemplo, o sujeito da loja de telefones pré-pagos é o sujeito da loja de telefones pré-pagos na vida real", disse Soderbergh à Reuters em entrevista. "Quando você vê alguém que não está representando, isso é realmente diferente. É até espantoso", disse ele. O diretor premiado com o Oscar contou que preparou um tratamento muito detalhado para o filme, cena por cena, mas não um roteiro. O elenco recebia uma meta para cada cena e, em cima disso, improvisava. Conhecido por empregar métodos experimentais em filmes como o épico "Che", de 2008, e seu primeiro longa-metragem, "sexo, mentiras e videoteipe", de 1989, Soderbergh pretende que até 60 por cento do elenco de seu próximo filme feito com um estúdio de Hollywood, "Moneyball", com Brad Pitt, também seja formado por não atores. "'Moneyball' vai ser, para mim, o ápice dessa coisa com a qual estamos mexendo há dez anos, de fundir pessoas reais com o mundo de um filme", disse Soderbergh. "Estou tentando fazer algo que será diferente, que se parecerá mais com a vida real que com um filme." Soderbergh, que recebeu o Oscar de melhor diretor em 2001 por "Traffic", disse que escolheu Sasha Grey para o papel depois de ler um perfil dela na Los Angeles Magazine em 2006. "Eu precisava de alguém que se sentisse totalmente no comando em situações sexuais", explicou. "Isso é algo que é muito difícil fingir." O diretor disse que a ideia do filme surgiu depois de um encontro com os roteiristas Brian Koppelman e David Levien num hotel em Manhattan em 2006, quando chamou sua atenção uma mulher no bar e lhe foi dito que ela era uma garota de programa "GfE", ou "girlfriend experience" (experiência de namorada). "Eu não sabia o que representava essa sigla, então eles (Koppelman e Levien) me explicaram sobre esse tipo de garota de programa de alto nível, e eu fiquei realmente fascinado com a ideia de que houvesse uma taxa adicional pela intimidade." Soderbergh disse que, nas pesquisas para o filme, foram entrevistadas várias garotas de programa que oferecem esse serviço.

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