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'Só existe uma Rihanna'

Ao estrear como atriz, ela encara papeis duplos, assédio em dobro da mídia e diz sonhar com privacidade

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Por Redação
Atualização:

Em 2011, aos 23 anos, Rihanna foi a mais jovem artista a emplacar 11 hits no ranking da Billboard 200. É também a artista solo mais vista do YouTube, com mais de 2 bilhões de acessos, e a mais popular artista do Facebook, com mais de 53 milhões de fãs. Apesar da familiaridade com a fama, confessa que sente um frio na espinha toda vez que pisa no palco. E que foi um desafio imenso ser a ‘pequena Ri’, no gigantesco set de Battleship.

 

Você sempre quis atuar?

 

Foi uma ideia que amadureci aos poucos. E mesmo que eu não fosse tão boa logo de cara, queria saber se eu gostaria de atuar. E se gostasse, poderia amar. E se amasse, poderia querer melhorar cada vez mais.

 

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Você passou por treinamento militar na adolescência em Barbados. A experiência de cadete te ajudou no papel?

 

Muito! Aprendi muito sobre a disciplina militar, o suficiente sobre armas. Quando fomos para o set, a rotina, por exemplo, era filmar na primeira metade do dia e treinar na segunda. Às vezes não havia tempo para treinar. Ter experiência militar ajudou muito a já estar preparada.

 

Como se preparou para interpretar a tenente Raikes? Muita flexão de braço?

 

Muita! E odeio flexões! Você sabe... Somos meninas. Temos peitos... Não é a coisa mais confortável do mundo. Mas tive que fazer milhões delas durante o treinamento. Aliás, meu treinador é um ex-soldado, que me obrigava a fazer centenas de exercícios... Até que os braços quase caíssem. Gritava comigo, como se estivéssemos mesmo no Exército. Foi uma loucura, mas me colocou no meu lugar. Quando entrava no set, em vez de sentir que estava fingindo, sentia que a personagem tinha sido construída de verdade.

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Nunca se perguntou: por que eu estou fazendo isso comigo?

 

Claro! Quando ele entrava no meu quarto gritando, pensava: "Ninguém grita comigo assim! Nunca mais vou deixá-lo entrar!" Mas tinha de me calar. E escondia todos os meus saltos altos dele. Troquei a capa pink do meu iPod por uma "normal", escondia as compras que fazia. Tive de abrir mão das minhas unhas coloridas, que adoro, me vesti feito homem e prometi que "nunca mais seria uma garota". Consegui! No início não entendia o porquê, mas valeu a pena o sacrifício.

 

Você, além de estrela da música, está prestes a se tornar estrela do cinema. Como lida com expectativas?

 

Não é fácil. Desta vez, a expectativa é nova. Estou ainda aprendendo coisas novas sobre essa indústria. Tenho de ser realista e me dizer: isto é o que eu amo fazer. E é assim que funciona. Qualquer trabalho tem seu lado negativo. Se é algo que se ama, o sacrifício vale a pena.

 

É um grande sacrifício lidar com fofocas como os rumores do namoro com Ashton Kutcher?

 

É. Especialmente porque em geral as fofocas são mentirosas. Sobre o Ashton, ele é um gato, mas não estou saindo com ele. Não esconderia isso. Deveria estar orgulhosa do cara com quem estou saindo. Não tenho nenhum problema com isso. Mas estou feliz e sozinha. Não quero ninguém se metendo na minha vida.

 

E como consegue impedir que se metam na sua vida?

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Sonho com privacidade. É muito difícil quando se tem um trabalho como o meu. Tudo que queria às vezes era um dia tranquilo, numa praia do Havaí. Ficar o dia todo na praia, ouvindo o mar, Bob Marley, conversando com os moradores locais...

 

Alguma vez fofocas sobre sua vida espantaram alguém em que você estivesse interessada?

 

Já. Mas se o cara acredita em fofocas, não é para mim. Odeio quando me julgam. Posso lidar com a verdade, por mais complicada que seja. Mas sou incapaz de lidar com a mentira. Viver atrás de uma fachada é impossível. Ao mesmo tempo, é impossível responder a todos os rumores. Minha assessora de imprensa ficaria louca e milionária se eu resolvesse fazer isso.

 

Você sempre teve imagem controversa e ousada. Esta imagem combina com a de uma estrela de Hollywood? Terá de suavizá-la para se adequar?

 

Só tenho uma imagem. E esta é a de Rihanna. Funcionou até agora. Não funciona para todos, eu sei, mas funciona para mim. E eu simplesmente não sei fazer de outro jeito.

 

Qual a maior diferença entre a Rihanna cantora e a atriz?

 

Cantar é algo que sempre soube fazer. Atuar é um mundo novo. Mais difícil. Quando canto, só preciso ser eu mesma. Quando atuo, preciso fazer com que acreditem que sou outra.

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Mas você atua quando canta.

 

Sim. São trabalhos em que se contam histórias. Cantar é um pouco atuar, mas quando canto, conto minhas histórias. Se não sinto emoções genuínas em minhas músicas, não adianta.

 

Há rumores de que você interprete Whitney Houston no cinema. Você a conheceu?

 

Ainda não me convidaram. Mas adoraria. Teria que dar minha vida a este papel, realmente me dedicar. E a conhecia sim. Fiquei devastada com sua morte. Ela foi um dos meus maiores ícones, referência imensa. Se há um motivo pelo qual sou cantora, um deles é Whitney. Lembro que uma das primeiras músicas pelas quais me apaixonei foi I Will Always Love You. Sua música sempre tocou em casa. Ela, Mariah Carey, Céline Dion foram muito inspiradoras.

 

Como foi filmar em alto-mar? Teve enjoo? Ouvi boatos de que teve até que fazer xixi no mar.

 

Não enjoei, mas as balas de gengibre ajudaram. E sobre o xixi, como soube disso? A gente estava mergulhando! O mar é imenso. E xixi no mar é normal, não?

 

E suas tatoos? Quantas tem? Por que gosta de tatuagens?

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Dezessete. Preciso de um psicólogo para entender por que as amo tanto. Cada uma tem um significado. E quando me perguntam como vou me sentir sobre elas quando ficar velha, digo: exatamente como vou me sentir sobre as minhas rugas. Vou olhá-las e lembrar da minha juventude. E saber que fiz tudo que podia fazer pelo meu futuro. Tudo que se tem quando se é velho são memórias. Quero viver bem a vida para olhar para o passado e não ter do que me arrepender.

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