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"Sexo por Compaixão" está virando cult

O filme da diretora espanhola Laura Maná está cativando o público com sua história de uma mulher que pode ser santa ou prostituta. Vence todo festival off por onde passa

Por Agencia Estado
Atualização:

Guadalajara, Málaga, Roterdã, Sundance e Toronto. Em todos esses festivais, que não integram o circuito dourado Cannes-Veneza-Berlim, mas também não podem ser considerados eventos pequenos, Sexo por Compaixão conseguiu o prodígio de unir o público e os críticos na mesma admiração. O filme de Laura Maná está agora virando cult na cidade. No fim de semana, teve salas cheias e as pessoas riam e choravam com a história de Dolores. Laura, jovem e bela, foi atriz de As Libertárias, de Vicente Aranda. Confessou ao Estado que sempre gostou de escrever, mas não pensava, especificamente, em tornar-se diretora. Terminou fazendo Sexo por Compaixão porque temia que outro diretor não desse à história que desenvolveu o tratamento que gostaria. O próprio título do filme provoca o desconcerto. É meio duro associar o sexo à compaixão. Mas é o que faz a personagem de Elisabeth Margoni. Como diz uma prostituta que bate à porta do bar no qual ela atende seus clientes, Dolores, com o codinome de Lolita, resolve salvar a humanidade fazendo sexo. Santa ou prostituta? A polêmica termina por instalar-se na pequena cidade, mas antes disso Dolores, tão boa que o marido não teve mais estrutura para continuar casado com ela, fugiu. Ela interpreta mal o que lhe diz o padre. Resolve pecar para ter o marido de volta. O filme começa em preto-e-branco e fica colorido. A cidade floresce, as mulheres ganham novo brilho, os homens readquirem o vigor. Laura fez uma fábula irresistível. Ao Estado, ela disse que escolheu Elisabeth Margoni pensando em Marianne Sagebrecht, de Estação Doçura e Bagdá Café. Elisabeth é a alma do filme que discute sexo e machismo, pecado e redenção, hipocrisia e puritanismo. A moral de Sexo por Compaixão é que o sexo é uma forma de religião e compensa. Não admira que esteja virando cult. Sexo por Compaixão (Compassionate Sex). Comédia. Direção de Laura Maná. Esp/2001. Duração: 105 minutos. Unibanco Arteplex 8, às 14 horas e 18h20. 14 anos

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