Sexo e irreverência no novo "Planeta dos Macacos"

O filme, que estréia dia 3 de agosto no Brasil, é diferente do original de 1968. Charlton Heston agora é macaco, há chimpanzés objetos sexuais e o diretor Tim Burton se diverte com esse mundo às avessas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Será que o mundo precisava de uma nova versão de O Planeta dos Macacos? A Fox achou que sim e produziu o filme que terá de enfrentar a lembrança do anterior, de 1968, aquele em que Charlton Heston era o astronauta que tem de enfrentar o domínio dos símios, numa Terra em que Nova York pouco mais é do que um pedaço da Estátua da Liberdade caída na areia. Agora, Charlton Heston volta a surgir na tela, mas como um velho e imponente macaco. Ele dá um certo toque de classe ao filme que já foi chamado de caça-níqueis da Fox, interessada em espremer mais um pouco a fonte de dinheiro que rendeu cinco filmes e duas séries da TV (uma delas em desenho animado) e uma montanha de produtos com a marca. Houve várias tentativas de um remake desde 1993 e entre o pessoal envolvido houve nomes famosos como Oliver Stone, Chris Columbus e até mesmo James Cameron, de Titanic. Com um roteiro de William Broyles (Náufrago), o produtor Tom Rothman conseguiu interessar o diretor Tim Burton (Batman). Burton não se entusiasmou porém com uma refilmagem. Mas Rothman explicou que o caso era outro. Não se tratava nem de um remake, nem de uma continuação, mas de algo novo. Para começar, não é nem o mesmo planeta. Macacos escravizam - "Saber disso, foi útil", disse Burton. "Não pensei numa comparação dos filmes, pois isso seria um pesadelo". O diretor, escolhido por ser irreverente e iconoclasta, capaz de revitalizar uma idéia surrada, assinou o contrato no começo de 2000. Mas não pode filmar logo, pois a Fox não queria gastar o necessário para filmar o roteiro que tinha em mãos. Em Hollywood, divulgou-se que o custo foi de US$ 100 milhões, mas Rothman só revelou: "mais que X-Men, menos que Titanic." As filmagens começaram em 6 de novembro e duraram pouco mais que quatro meses. O astro do filme é Mark Wahlberg (Mar em Fúria). Ele faz o astronauta que, em 2029, descobre o planeta onde macacos mandam e escravizam os humanos. Só que neste planeta, os macacos são algo mais que macacos: eles voam pelas árvores, sobem paredes, são rapidíssimos quando andam de quatro. A Cidade dos Macacos, um reino numa montanha cercada por floresta, é o cenário principal, com toques das culturas maia, asteca e inca, dominada por ídolos de macacos gigantes. Escravos, entre eles o astronauta Leo Davidson (Wahlberg), Daena (Estelle Warren) e nativos chegam em carroças puxadas por humanos e vão para jaulas. Leo é escolhido para trabalhar como criado na casa do general do exército símio Thade (Tim Roth), que se pergunta sobre o humano: "será que existe uma alma aí dentro?", uma questão que revoltaria Ari, a chimpanzé liberal (Helena Bonham-Carter). Ari, Leo e um grupo de rebeldes escapam e são perseguidos por Thade e seu principal guerreiro, o gorilão Attar (Michael Clarke Duncan, de À Espera de um Milagre). O final surpresa acontece num templo sagrado na Zona Proibida do planeta. Quatro horas de maquiagem - A maquiagem, um elemento essencial no filme, ficou sob a supervisão do mestre Rick Baker, colecionador de Oscars da categoria. Baker já havia sido escolhido para o projeto desde os tempos de Oliver Stone. A maquiagem levava de duas a quatro horas para cada ator. As macacas são menos peludas e atraentes, de um ponto de vista humano. Lisa Marie, a queridinha de Tim Burton , que já fez com ele Ed Wood e Marte Ataca!, é a objeto sexual chimpanzé de um macacão senador. Burton, numa entrevista, brincou que ela ficou a cara de Mariah Carey.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.