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Seminário sobre cinema em Tiradentes

Paralelamente à exibição de filmes em praça pública, seminário discute isenção fiscal de 100% na captação de recursos para a produção de curtas e festivais de cinema no Brasil, através da Lei Rouanet

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de um fim de semana agitado, a 4.ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que movimenta a cidade mineira, prossegue com sua programação, dando atenção especial aos curtas. O dia foi também de exibição de vídeos e marcado pelo início das discussões do 2.º Seminário do Cinema Brasileiro. Neste primeiro dia de seminário, foram discutidas metas para a viabilização e melhoria nas condições de arrecadação e apoio para a produção de curtas e realização de festivais. Reuniram-se participantes do Fórum Nacional de Realizadores de Eventos Audiovisuais do Brasil, que foi instituído em Recife em março de 2000. Na discussão de hoje, estiveram presentes Esdras Rubin, ex-diretor do Festival de Gramado, Cláudia Dutra, do Festival de Cinema Brasileiro de Miami, Antônio Leal, consultor e secretário geral do fórum, Cristian Borges, do Festival Brasileiro do Cinema Universitário de Niterói, Tetê Matos, do Festival Curta-Adoidado do Rio de Janeiro, e Zita Carvalhosa, do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, nova coordenadora geral do fórum, substituindo Esdras Rubin, que continua como consultor. Participaram também Quintino Vargas e Raquel Hallak, da coordenação da mostra. As duas principais discussões da mesa-redonda foram a necessidade de se conseguir, junto ao Ministério da Cultura, isenção fiscal de 100% na captação de recursos para a produção de curtas e festivais de cinema no Brasil, através da Lei Rouanet, e o estabelecimento de uma posição contrária ao próprio Ministério, que propõe redução do circuito a apenas seis festivais nacionais. Hoje, o apoio fiscal é de, no máximo, 64%. Segundo os participantes, é essencial que o número de festivais seja cada vez maior, para que se estabeleça um estímulo à produção e criação de um público cativo de cada região, a exemplo do que acontece em Minas Gerais, com a mostra de Tiradentes. Segundo Esdras Rubin, existe uma concorrência desleal entre os curtas e os festivais com outras áreas culturais em termos de legislação. "Hoje, a iniciativa privada prefere apoiar eventos ou produções que ofereçam o máximo de benefícios", afirma. Para Quintino Vargas, os festivais são uma das poucas formas de democratização do cinema brasileiro e não estão recebendo a devida atenção do governo, apesar de admitir avanços nesta questão nos últimos anos. A próxima mesa-redonda, que acontecerá nessa terça, a partir das 9h, tem como tema a discussão de propostas e convênios relacionados à produção de curtas-metragens. Participam Leopoldo Nunes, presidente da Associação Brasileira de Documentaristas, ABD Nacional, que congrega vários curta-metragistas, e Luiz Guilherme de Pádua, presidente da Associação Curta Minas / ABD-MG.

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