
06 de maio de 2010 | 15h29
O Brasil está sob ataque de terroristas/traficantes e a única pessoa em quem podemos confiar é Thiago Lacerda, ou melhor, o agente Marcos Rocha, da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência). Essa é a premissa de "Segurança Nacional", um filme de ação brasileiro que teria muito a ganhar se não se levasse tão a sério.
"Segurança Nacional" é uma tentativa de fazer um filme de ação e espionagem recheado com cenas de perseguição, correria, tiros e explosões. Pena que o agente Marcos Rocha seja uma espécie de primo pobre de James Bond e a perseguição se resuma a uma cena curta e sem nenhuma dose de adrenalina.
A premissa do filme, dirigido por Roberto Carminati, tem a ver com uma lei de 2004 que autoriza a Força Aérea Brasileira (FAB) a abater qualquer avião que entre no espaço aéreo nacional sem autorização. Com isso, segundo o filme, traficantes internacionais se irritaram, pois seus negócios foram prejudicados.
Um deles, Hector Gasca (Joaquín Cosio, de "Arranca-me a vida"), apodera-se de uma bomba de destruição em massa e ameaça explodir Florianópolis. A trama se passa entre Manaus, Brasília e Florianópolis, apesar de nunca ficar claro por que a capital de Santa Catarina está no centro da história. O agente Marcos Rocha, sua chefe Dra Gloria (Ângela Vieira, "Zuzu Angel"), e o presidente da República (Milton Gonçalves, "Filhas do Vento") sempre estão num bate-volta entre Brasília e Florianópolis.
Feito com apoio do Ministério da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, "Segurança Nacional" parece mais uma propaganda das Forças Armadas do que um filme de ação. Há um ufanismo descabido, com direito à bandeira tremulante, Hino Nacional e presidente em prantos.
Se as cenas de ação buscam chamar a atenção do público masculino, um romance morno tenta tocar os corações mais românticos. O agente Marcos Rocha se envolve com Fernanda (Viviane Victorette, da novela "Duas Caras"), filha da dra. Gloria. Como o serviço dele é sigiloso, a moça não sabe que ele é agente e trabalha com sua mãe.
Um dos problemas em "Segurança Nacional" é que o filme se apoia demais em clichês e frases de efeito que soam risíveis na boca de Lacerda. Frases como "acabamos de neutralizar a base inimiga" ou "o narcotráfico é um câncer na sociedade" podem ter saído direto do jargão militar mas, quando pronunciadas na tela, parecem piada pronta de sátiras de filmes de ação. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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