Santoro fala de 'O Que Esperar Quando Você Está Esperando' e do novo '300'

Filme em que ator faz dupla com Jennifer Lopez estreia no Brasil

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Por Luiz Carlos Merten - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - Fim da tarde de sexta-feira. Rodrigo Santoro, recém-chegado de Los Angeles, mal tem tempo de desfazer as malas e conversa com o repórter pelo telefone, do Rio. Assuntos, no plural - o que ele pode dizer da sequência de 300, que acaba de filmar na Bulgária, e a estreia de O Que Esperar Quando Você Está Esperando, a simpática comédia de Kirk Jones em que forma dupla com Jennifer Lopez. Depois do magérrimo e terminal Heleno (de Freitas), Rodrigaço caprichou nos músculos para fazer frente à exuberância sexy de Jennifer. Foi isso? "Não foi, cara." Para saber o que foi, leia a entrevista.

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Teu inglês nunca foi tão bom em Hollywood, a química com Jennifer funciona. Como tudo ocorreu em O Que Esperar?Tudo nesse filme foi muito rápido. Conheci a Jennifer quase na véspera da filmagem. Foi uma questão de química, de liga. Às vezes funciona, às vezes, não. Funcionou. Foi um dos sets mais leves e divertidos em que já estive. Não havia pressão, todo mundo estava lá para se divertir. (O diretor) Kirk Jones é um cara maneiro. Tem aquele humor peculiar inglês. O que ele fez foi reunir a gente, Jennifer e eu, e criar um perfil para os personagens, na verdade, para o casal. Sua principal orientação - a gente deveria ser muito, muito apaixonado. Tudo se desenhou a partir daí, a adoção, as dificuldades financeiras.

E o inglês?Cara, eu poderia simplesmente ter travado. Uma das minhas primeiras cenas foi com aquela brigada de pais veteranos, liderada pelo Chris Rock. Sou fã dele. Pensei comigo, o Chris vai se limitar ao texto, não vai jogar stand up. Termina a cena, digo a minha, nem lembro qual foi, e ele joga uma improvisação para mim. Eu respondi na lata, mas sem a obrigação de querer ser engraçado, a coisa continuou até o Kirk gritar ‘Corta!’ Depois, ele disse que não tinha película pra gente ficar improvisando indefinidamente, mas uns 50% das cenas que estão na tela com aquela galera foram improvisados. O Tom Leenan, que integra o grupo, é escritor e humorista, o rei do improviso. O que me salvou foi o clima descontraído. Ninguém ali estava competindo, e eu, menos ainda. Fiz pouca comédia na minha vida, não sou louco de competir com caras profissionais.

O filme é simpático, traz boas observações sobre relacionamentos...... E é despretensioso, isso é que é legal. Filmamos cerca de um mês e meio, dois, em Atlanta. Apenas locações. A primeira história foi a nossa, depois a da Cameron (Diaz).

Reencontraste a tua estrela de As Panteras Detonando?A gente se reencontrou apenas nas promoções de lançamento do filme, mas foi bacana. Cameron pega duro no trabalho, mas é carinhosa. E divertida.

Malhaste muito para ser o par de Jennifer Lopez?Eu tinha emagrecido muito para fazer o Heleno, mas quando filmei O Que Esperar... já tinha recuperado minha forma. Pratico muito esporte. Aquele sou eu. Precisei fazer musculação para retomar o 300. O personagem é um gigante que tem uma conformação física que não é só musculosa. Precisei reconstituir a modelagem física para ficar igual. Aquilo foi uma experiência pesada.

Vamos falar então de 300 - A Batalha de Artemisia. Como foi?Não posso dizer muita coisa. Há um controle muito rígido nesses blockbusters. O estúdio (a Warner) quer impedir o vazamento de informações. Até o roteiro que a gente recebe vem numerado e personalizado. Se vazar alguma coisa, eles terminam sabendo de quem foi. O que posso dizer é que o filme retoma a experiência visual do primeiro, mas vai ter outra pegada. Tem novos personagens, um homem e uma mulher. Zack (Snyder) e a mulher dele, a Debbie, continuam produzindo, e o diretor é um israelense, Noam Murro, que imprimiu a marca dele.

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Foi mais fácil de fazer?Taí. Eu achava que seria. Afinal, se passaram seis anos. Mas, até por causa do visual, o filme é todo feito sobre fundo azul. Não contraceno com ninguém. Tenho de falar com um cabo de aço que tem uma fita crepe laranja na ponta, indicando para onde devo olhar. A voz do ator com quem contraceno é meio difusa, para eu não tentar olhar para outro lugar. O tempo todo tenho de imaginar. Não foi fácil.

Como foi filmar na Bulgária?Quase não conheci. Fiquei mês e meio lá, mas era espartano. Do hotel para o estúdio, do estúdio para o hotel. Dei uns passeios, vi um pouco da arquitetura, mas o clima é frio. Do que conheço do Leste Europeu, é o lugar em que mais se sente a presença russa.

Quando estreia Last Stand? És vilão do Schwarzenegger?Não posso falar, mas não sou vilão. Meu personagem começa torto, mas tem uma redenção. Acho que pode ter ficado bacana. A estreia deve ser em janeiro. O estúdio é o mesmo da comédia (O Que Esperar...), Lionsgate.

E o Philip Kaufman?Depois de Cannes, Hemingway & Gelhorn estreou na HBO dos EUA. Ouvi dizer que o filme vai para os cinemas na Europa. No Brasil, não sei. Queria muito trabalhar com o Kaufman, e ele não me decepcionou.

E agora?Estou exausto. Preciso parar um pouco. Estão pintando algumas coisas. Aqui, no exterior. Mas só depois de setembro. Agosto é para descansar.

 

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