Sandy e Junior ocupam 320 cinemas do País

Lançamento de Acquária, hoje, é apontado com o maior da história do cinema brasileiro. Roteiro teve sete versões até cumprir as expectativas de todos os interessados: os irmãos, a família e os produtores

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Por Agencia Estado
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A diretora Flávia Moraes trabalhou com Sandy e Junior pela primeira vez há alguns anos, dirigindo o show Quatro Estações. Com um brilhante currículo publicitário e em curtas-metragens, ela voltava ao País depois de um longo período fora e nada sabia sobre a dupla (na verdade, acreditava se tratar de apenas uma pessoa). O relacionamento, porém, foi tão produtivo que Flávia foi convidada pelos irmãos famosos a dirigir seu primeiro longa-metragem como protagonistas. O resultado, Acquária, estréia hoje já com um feito, ocupando 320 salas em todo o território nacional, apontado como o maior lançamento da história do cinema brasileiro. "Fiquei impressionada com a coerência dos dois, que decidiram fugir de um trabalho óbvio e apenas comercial para investir em um projeto mais pessoal", conta Flávia, também estreante como diretora de longa-metragem. Durante dois anos, ela e o roteirista Cláudio Galperin trabalharam no roteiro, que teve sete versões até cumprir as expectativas de todos os interessados: tanto de Sandy e Junior, como da família e dos produtores. "Nas primeiras versões, ou a história tinha mais aventura (que interessava ao Junior), ou era mais poética, que me agradava mais", conta Sandy. "Não queríamos interpretar nós mesmos, mas viver outras pessoas. Daí o fato de a minha personagem ser tanto vilã como uma mocinha boazinha." Tamanha participação prejudica determinar o foco central da história em que a cantora vive Sarah, garota que é descoberta desacordada por Kim (Junior). A história se passa no futuro, quando o mundo se transformou em um imenso deserto e a água se tornou um dos bens mais raros e preciosos. Ela passa a viver com o rapaz, que divide a casa com Gaspar (Emílio Orciollo Netto), ex-auxiliar do pai de Kim, e o menino Guili (Igor Rudolf). Juntos, eles aprimoram uma máquina que busca água no meio do deserto. O objeto foi criado pelo pai de Kim, Bártók (Alexandre Borges), assassinado ao lado da mulher, Nara (Júlia Lemmertz), anos antes. Ao mesmo tempo em que prega a união familiar (ao longo da história, o espectador vai descobrir detalhes do passado de Kim e Sarah), o filme faz um alerta sobre a importância da água. "Mas não quisemos fazer algo panfletário", conta Junior. "Tanto que esse não é o ponto principal da história." Para não decepcionar os fãs, Sandy e Junior também cantam, mas a música não chega a prejudicar o andamento do enredo. "Não queríamos fazer como nos musicais americanos dos anos 50, em que a história pára quando um ator começa a cantar", conta o roteirista Cláudio Galperin que, junto de Flávia Moraes, criou uma nova sociedade para ambientar a história. "Como o atual cinema brasileiro é marcado por obras naturalistas, decidimos fazer um filme fantástico, gênero pouco explorado por aqui", conta Flávia.

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