"Samba Riachão" empolga platéia do Festival de Brasília

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Por Agencia Estado
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Quem estava presente dificilmente esquecerá a quarta noite de competição do 34º Festival de Brasília. Foi um sábado de apoteose, tendo por protagonista Riachão, o compositor baiano retratado no documentário Samba Riachão, de Jorge Alfredo. A platéia seguiu o filme como se assistisse a um show ao vivo, aplaudindo, rindo, participando. No final, depois do prolongado aplauso, exigiu a presença em cena do próprio Riachão, que ao vivo e a capella, interpretou um dos seus sucessos no palco do Cine Brasília. Noite mágica que, sem nenhum ufanismo bobo, festejou a alegria de viver, a musicalidade e o ritmo do País. Há documentários que se sustentam unicamente pela simpatia do personagem que retratam. Samba Riachão vai além. É, acima de tudo, um excelente filme. Com imagens registradas em mini-DV, câmera digital, parece ir à essência daquela Bahia vital e pulsante que existe em Salvador. Recolhe depoimentos de gente como os compositores Caetano Veloso, Gilberto Gil e Dorival Caymmi, do ensaísta Antonio Risério e de radialistas que acompanharam a carreira de Riachão, uma força da natureza intacta em seus 80 anos. O longa contempla um lado, por assim dizer, reflexivo, que refaz a linha evolutiva do samba para encontrar nela um lugar para Riachão. Por outro, é puro espetáculo e celebração. Raciocínio e sensualidade reunidos para o prazer do espectador. Para quem esperava pouco deste longa-metragem de estréia de Jorge Alfredo, também ele compositor e cantor, Samba Riachão foi uma excelente surpresa.

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