Salles vai a Cannes sem preocupação de vencer

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Por Agencia Estado
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O diretor Walter Salles já foi ao Festival de Cannes outras vezes, como jurado, mas nunca teve um filme seu exibido na mostra francesa, nem na principal, nem nas paralelas. Volta agora para disputar a Palma de Ouro com Diários de Motocicleta. De Nova York, onde conclui as filmagens de Dark Water, o cineasta falou ao Estado, por telefone. Disse que vai ao festival despreocupado do compromisso de ganhar a Palma. Acha que Diários não tem o perfil daquilo que se chama de "filme de festival" e até foge do conceito de cinema de autor. "Este não é um filme de autor; é um filme de autores, de amigos que se uniram para contar essa extraordinária viagem de descoberta." O filme narra a viagem de iniciação de Ernesto Guevara de la Serna, antes de se tornar o mítico Che, ao lado do amigo Alberto Granado. Gael García Bernal interpreta o Che jovem, e Salles destaca sua participação. "Não teria conseguido fazer Diários com essa liberdade se não fosse a entrega do Gael. Ele foi extraordinário." Mesmo tendo o aval de Robert Redford, Diários de Motocicleta foi um filme difícil de realizar. Salles conta que Redford foi sensível à sua principal reivindicação, a de fazer o filme em espanhol, com atores latino-americanos. Mas durante dois anos, só ouviram recusas dos investidores, até que a Film Four topou a produção.

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