Saem os cinco membros do júri do Festival de Cinema Brasileiro

A apresentação foi feita por Lucy Barreto, mulher do produtor Luiz Carlos Barreto, presidente do júri do 7º festival.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Lucy Barreto apresentou ontem à tarde os integrantes do júri do 7º Festival do Cinema Brasileiro de Miami. Lucy, mulher do produtor Luiz Carlos Barreto, é a presidente do júri do 7º festival. É a única brasileira do grupo. Os quatro restantes são: Luis Pereza, vice-presidente da HBO latina; os produtores independentes Gregory Zanfardino e Andrew Spalding; o distribuidor, também independente, Rob Williams. Zanfardino é de Miami e optou por não abandonar sua cidade, estabelecendo-se em Los Angeles. Trabalha atualmente num projeto com Danny Glover, da série Máquina Mortífera. Chama-se The Confidence Game. Spalding e Williams terminaram interessando mais porque estão mais abertos para a colaboração com o cinema brasileiro. Williams, que já foi planejador de Marketing para lançamentos da DreamWorks, agora trabalha para uma pequena companhia especializada em filmes estrangeiros. Lançou Yi Yi, de Edward Yand, que se chamou As Coisas Simples da Vida, no Brasil, e fez com que Arca Russa, de Alexander Sokúrov, apesar do lançamento pequeno, faturasse US$ 2 milhões em salas de arte de Nova York e Los Angeles. Williams coordena atualmente a campanha de lançamento de Madame Satã nos EUA. O filme de Karim Ainouz estréia em Nova York e Los Angeles. É a plataforma a partir da qual os filmes estrangeiros ampliam, se for o caso, seu mercado nos EUA. Ele está otimista, não apenas pela qualidade do filme de Ainouz, por seu impacto, mas também porque Madame Satã pode atrair o público gay. Perdão, straights, mas a turma colorida é a que mais freqüenta o circuito de arte americano e a que mais curiosidade tem pelas culturas estrangeiras. Spalding trabalha atualmente na Echo Lake Productions, mas antes disso foi vice-presidente de operações da companhia independente de Kitman Ho, que produziu Ali e Platoon. Spalding anunciou que está conversando com diretores de todo o mundo para uma série de filmes sugestivamente intitulada New Visions. São filmes feitos por diretores estrangeiros que podem até ter a opção de filmar em seu país, mas precisam fazê-lo em língua inglesa, para lançamento comercial em salas dos EUA. "Infelizmente, é uma vergonha, mas o público americano é muito reticente à idéia de ver filmes com legendas. Damos toda liberdade aos diretores com os quais trabalhos, mas seus filmes precisam ser falados em inglês." São produções de baixo orçamento, em torno de R$ 3 milhões. O primeiro filme está sendo feito com um diretor indiano, o segundo com um turco que mora na Alemanha (e vai filmar em Istambul), o terceiro com um diretor de Singapura. Spalding gostaria de integrar um brasileiro ao grupo. Ainda não tem idéia de quantos filmes serão feitos. "O máximo que conseguirmos", explica. Ele admite não entender muito bem o sistema brasileiro de produção, baseado em leis de incentivo. "Não temos incentivo nos EUA", disse. Foi corrigido por Lucy Barreto: "Não tem atualmente porque o cinema já está estabelecido como indústria no país, mas vocês (americanos) tiveram todo incentivo durante a fase de estabelecimento da máquina de Hollywood." Para concluir, o repórter pergunta aos dois quais os filmes (ou qual o filme) de que mais gostou este ano. Spalding fica sem resposta. Williams pensa um pouco e diz, na lata: Madame Satã. Jura que não é para frazer média. O que ele espera de um filme estrangeiro? "O que eu espero de qualquer bom filme: que seja ousado, honesto, sincero, que conte uma boa história." Admite que encontra tudo isto no longa de estréia de Karim Ainouz.

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