Ruy Guerra é o melhor diretor em Huelva

O chileno Silvio Caiozzi foi o grande vencedor do Festival de Cinema Iberoamericano, com os cinco prêmios de seu filme, Coronación. Guerra obteve melhor direção pelo seu Estorvo

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Por Agencia Estado
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O cineasta chileno Silvio Caiozzi é o grande vencedor do 26º Festival Ibero-americano de Cinema, que terminou hoje, em Huelva (Espanha). Ele conquistou cinco dos 13 prêmios oficiais com seu filme Coronación (Coroação), pelo qual também deseja ser indicado ao Oscar Americano. "Chegar à Hollywood e competir ao Oscar à Melhor Filme Estrangeira seria uma grande honra, mas é muito mais difícil, pois tal honra pode ser outorgada só a cinco filmes de todo mundo", disse Caiozzi, que está lutando por uma dessas cinco candidaturas. Caiozzi estava mais interessado no destino que o júri internacional daria a sua última obra, que foi escolhida o Melhor Filme do Festival, além de conquistar o troféu de Melhor Roteiro e de Melhor Ator, este para o também chileno Julio Jung, por sua emocionante atuação em Coronación. A argentina Cecilia Roth foi eleita a Melhor Atriz pelo seu papel em Un Día Con Sabrina Love, de Alejandro Agresti. O filme chileno constitui uma profunda crítica sobre uma burguesia decadente, traçando com sutileza o problema do abismo que separa as classes sociais chilenas. "Me alegra muitíssimo este reconhecimento - este é um grande festival que beneficia todo o cinema iberoamericano", diz Caiozzi em entrevista à AFP antes, de compartilhar seu triunfo com "todo o cinema chileno" e dedicá-lo, em particular, ao escritor José Donoso, autor do livro que inspirou o roteiro de Coronación. "Metade da história pertence à José Donoso, um grande gênio da literatura chilena e latino-americana, que conheci e continuo admirando". Caiozzi considera que o cinema ibero-mericano está gozando de um constante crescimento de qualidade técnica e de capacidade criativa, e esperava receber "algum prêmio" em Huelva, mas confessou que lhe causou "uma surpresa muito gratificante" receber tantos prêmios. O Festival outorgou 13 prêmios depois de exibir 150 filmes de 20 países por uma semana, ainda que só 13 produções participassem da Seleção Oficial do concurso, representando de Argentina (três filmes), Brasil (dois), Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru, Portugal (dois) e Venezuela. Além de uma estatueta banhada em ouro de 24 quilates e um vasto programa de difusão e distribuição européia e latino-americana, o filme chileno campeão recebeu também um prêmio de cinco milhões de pesetas espanholas (R$ 49.856). Coronación recebeu também o Prêmio de Melhor Filme da Crítica Internacional e o Prêmio de Melhor Filme da Rádio Nacional da Espanha (RNE). O "Colón" de Prata à Melhor Direção foi para o mocambicano naturalizado brasileiro Ruy Guerra, por Estorvo, e a "Carabela" de Prata ao Melhor Diretor Jovem foi para o espanhol Fernando Huertas, por Terca Vida. Este filme também recebeu o "Prêmio do Público, vencendo por menos de 100 pontos o mexicana En un Claroscuro de la Luna, de Sergio Olhovich, bem como a venezuelana Oro Diablo, de José Ramón Novoa. O júri também concedeu um Prêmio Especial ao diretor português Manuel de Oliveira, pelo seu prestígio e trajetória professional, e destacou o bom desempenho do conjunto do elenco de Una Noche con Sabrina Love.

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