
02 de dezembro de 2011 | 18h16
A paixão dos americanos por conspirações e o temor perante o possível assassinato de seus presidentes se unem em Conspiração Americana, a última incursão de Robert Redford na direção, um filme mais preocupado com um preciosismo formal da estética do que com o realismo histórico.
James McAvoy e Robin Wright protagonizam a produção que também conta com nomes como Kevin Kline, Evan Rachel Wood e Tom Wilkinson. Contudo, este elenco de peso não é suficiente para sustentar uma história que se perde ao priorizar elementos supérfluos.
O filme começa com o assassinato do presidente Abraham Lincoln e narra a busca pelos culpados e o julgamento de Mary Surrat, uma mulher acusada de encobrir a conspiração e mãe de um dos envolvidos.
Wrigth como Surrat e McAvoy como seu advogado se esforçam para levar humanidade a personagens cujas personalidades quase não aparecem, sendo insuficientes para justificar suas atuações.
Uma ambientação bastante pobre e figurantes caracterizados no século 19, mas pouco convincentes, contribuem para a falta de realismo em uma história de época. Sua fotografia preciosista oculta o pouco interesse de uma história que não se centra nem no julgamento nem nas relações entra as personagens.
Na tentativa de ampliar a temática e abranger ao mesmo tempo diversos elementos da narrativa, Redford acabou não se concentrando em nenhum deles, como já fez antes em direções como as de Nada é Para Sempre e O Encantador de Cavalos.
Uma carreira como cineasta supervalorizada desde sua estreia com Gente como a Gente, que levou um desmerecido Oscar e gerou enormes expectativas em seu trabalho como diretor que nunca se cumpriram.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.