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Rio financia roteiros de 30 longas-metragens

Por Agencia Estado
Atualização:

Trinta roteiros de longa-metragem de ficção serão financiados pela Secretaria Estadual do Cultura do Rio de Janeiro. É o pontapé inicial do Procine, que destina R$ 12 milhões ao cinema, da produção à exibição, incluindo a abertura de salas. Cada projeto receberá R$ 20 mil para desenvolver o roteiro final em três meses. Até o fim do ano, serão abertos concursos para produção, comercialização e abertura de salas, que terão verba de R$ 10,5 milhões do Fundo de Desenvolvimento Econômicos e Social do Estado (Fundes). Os nomes dos escolhidos foram divulgados nesta semana pela secretária, Helena Severo, e pelo subsecretário de Audiovisual, José Carlos Avellar. Há estreantes (em produção e direção) como os atores Matheus Nachtergaele e Paulo Betti; documentaristas que se iniciam em ficção, como Isabel Diegues e Davi França Mendes; e veteranos como Jorge Duran, Júlio Bressane, Ana Carolina e Walter Lima Júnior. "Não levamos em conta currículos e sim a qualidade intrínseca dos roteiros", explica Avellar. "A única exigência foi um plano de desenvolvimento da idéia e uma carta de intenção de produtora carioca." Os R$ 20 mil saem do orçamento da secretaria em duas etapas, uma agora e outra na entrega do texto final. "Os financiadores de cinema exigem roteiro pronto, mas há pouco incentivo para essa fase. Há um consenso mundial de que, sem roteiro, não se faz um bom filme", ressalta Avellar. "A intervenção do Estado no cinema é fundamental e só se dá através da alocação de verbas", completa Helena. O concurso para produção de longas será lançado em um mês e escolherá 10 projetos de ficção e 10 documentários, que receberão empréstimo subsidiado de até R$ 500 mil ou R$ 250 mil. "Os filmes não precisam estar inscritos na Lei do Audiovisual" avisa o subsecretário. "Como não nos prendemos ao mercado, corremos risco de escolher projetos sem cunho comercial, só pela originalidade ou diversidade de temas e estilos." Essa diversidade - e a qualidade - foi a tônica dos 123 roteiros inscritos. Avellar conta que pelo menos metade estava apta a receber o financiamento. "Se há traço comum entre eles é a predominância de temas históricos, mas as abordagens diferem muito. O Cantor Multidões, de Zózimo Bubul, sobre Orlando Silva, e Cafundó, de Clóvis Bueno e Paulo Betti, sobre o líder negro João Camargo, só têm em comum o fato de versarem sobre um personagem que existiu", comenta Avellar. Betti trabalha no projeto há cinco anos e afirma que estar no Procine é um prêmio. "Não paga os custos do roteiro, mas dá prestígio ao projeto e facilita contatos com financiadores", comemora ele. Para Helena Severo, outra etapa fundamental é a abertura de salas de exibição. O Rio não é deficiente em cinemas, mas há cidades onde eles não existem. "Dos 92 municípios do Estado, apenas cinco têm salas", enumerou ela. Campos, por exemplo, com mais de 400 mil habitantes, não tem nenhum. Tampouco São Gonçalo a segunda cidade mais populosa, com quase 900 mil habitantes. "Sem sala de cinema, não adianta incentivar a produção." Roteiros selecionados - Os roteiros selecionados estão em fases diversas de confeção, da sinopse ao primeiro tratamento. Os projetos são os seguintes: Orquestra dos Meninos, de Alcione Araújo A Festa da Menina Morta, de Matheus Machtergaele Três É Demais, de Jorge Durán Marina, de Isabel Diegues Antônia, de Tata Amaral Bolsa de Valores, de Rodrigo Géron Cafundó, de Clóvis Bueno e Paulo Betti Filme de Amor, de Júlio Bressane A Primeira Missa, de Ana Carolina Uma Jogada de Milhões, de Júlia de Abreu e Betse de Paula Silvino, uma Coisa é Ver outra é Contar, de Geraldo Sarno Amazônia Misteriosa, de Ivan Cardoso Cafuné, de Bruno Viana Algo de Novo, de Rosane Svarstman Flores Raras e Banalíssimas, de Carmem Lúcia Oliveira Janelas Abertas, de Paulo Halm e Sandra Werneck Harmada, de Maurice Capovilla O Amor Voltará, de Eduardo Escorel e Suzana Schild Os Desafinados, de Walter Lima Jr. Camisa Listada, de Cláudio McDowell O Cantor das Multidões, de Zózimo Bubul Insensatez, de Ricardo Bravo O Outro Lado da Rua, de Marcos Berstein Até Quando, de Zelito Viana Alma, de Antônio Carlos Fontoura A Turma, de Ricardo Favilla Legítima Defesa, de Melanie Diamantas e Lui Farias A Telepata, de Elena Soarez A História de Dé, de Paulo Lins O Caminho das Nuvens, de David França Mendes

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