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Rio exibe versão restaurada de "Batalha de Argel"

O épico revolucionário de Gillo Pontecorvo, sobre o movimento de libertação da Argélia, será exibido na sessão Tesouros da Cinemateca Visite o site oficial do Festival do Rio 2004

Por Agencia Estado
Atualização:

O épico revolucionário A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo, sobre o movimento de libertação da Argélia, e O Encouraçado Potemkin, de Sergei M. Eisenstein, são os dois maiores filmes já feitos sobre o processo revolucionário. A Batalha será exibido hoje à noite no Festival do Rio numa seção chamada de Tesouros da Cinemateca, em versão restaurada. A Videofilmes vai reestrear a cópia nova nos cinemas. Saadi Yassaf escreveu o roteiro do filme baseado em sua vivência. Condenado à guilhotina, em 1957, por sua participação no movimento guerrilheiro, ele foi libertado em 1962, quando a Argélia tornou-se independente. Yassaf está no Rio, onde assistirá à exibição do filme. A sessão de hoje dará continuidade às emoções que marcaram o primeiro fim de semana do Festival do Rio 2004. Houve uma corrida emocionante aos cinemas. Filas gigantescas formaram-se diante das salas que exibiam La Mala Educación, de Pedro Almodóvar, e Kill Bill Volume 2, de Quentin Tarantino. Impressionante foi ver uma fila maior ainda serpentear pela Cinelândia, no centro do Rio, para ver, à meia-noite de sexta-feira, 2001, Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, na abertura da retrospectiva de ficção científica. No sábado, repetiu-se o fenômeno com Zardoz, de John Boorman. Quase Dois Irmãos, de Lúcia Murat, na abertura da Première Brasil, na sexta-feira. É o melhor filme da diretora de Que Bom Te Ver Viva, Doces Poderes e Brava Gente Brasileira, que fez o roteiro em parceria com Paulo Lins, de Cidade de Deus. Lúcia e Paulo Lins fazem o que todo mundo pedia - Quase Dois Irmãos se constrói inteiramente sobre a difícil relação entre a classe média e a favela. O filme viaja no tempo acompanhando dois personagens que estiveram juntos na prisão da Ilha Grande, quando os militares trancafiaram no mesmo espaço presos políticos e comuns. Um é de classe média, preso político, interpretado por Caco Ciocler. O outro é favelado, preso comum, o excepcional Flávio Bauraqui. Quase Dois Irmãos tem força para ser o melhor filme brasileiro deste ano.

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