Ricardo Darín lamenta que o tenham posto no grupo de agressores de mulher

"Uma publicação americana chegou a me chamar de ‘Harvey Weinstein argentino’”, queixou-se o ator

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Por Redação
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O ator argentino Ricardo Darín, acusado pela atriz Valeria Bertuccelli de “maus-tratos” e de “difundir falsos rumores”, acredita que nunca vai conseguirá limpar seu nome. 

“Me puseram no grupo absolutamente indesejável de agressores de mulher. Uma publicação americana chegou a me chamar de ‘Harvey Weinstein argentino’”, queixou-se o ator em declarações à emissora de televisão argentina Trece TV. 

O ator Ricardo Darín no filme 'Tese sobre um homicídio', de Hernán Goldfrid Foto: HADDOCK FILMS

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Bertuccelli dividiu com Darín o palco na peça Escenas de la Vida Conyugal em 2013 e 2014. Há uma semana, ela afirmou em entrevista à televisão que “não era tratada como gostaria” e não tinha espaço artístico, daí decidir deixar a produção.

+ Darín, depois de 50 anos como ator, ainda trabalha em ritmo frenético

Sem detalhar em que consistiram os “maus-tratos”, a atriz, protagonista de filmes como Um Novio para mi Mujer (2008), disse que Darín teve atitudes que “não se espera de um companheiro de trabalho”.

Ao desembarcar quarta-feira de um voo em Buenos Aires, o ator de O Segredo dos Seus Olhos (2009) disse com voz embargada que estava “sujo no mundo inteiro”.

“Nunca vou conseguir limpar meu nome e uma reputação construída durante toda uma vida”, lamentou, dizendo que sentia “estupefato e ferido”. 

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Dias atrás, o ator de 61 anos declarou a uma rádio que tudo não passara de um mal-entendido. Agora, fala numa “hipersensibilidade social” que, segundo ele, ocorre hoje na defesa dos direitos femininos.

“Aproveitar-se da conjuntura para fazer disso um caso de violência de gênero me parece infantil e perverso”, afirmou Darín, sem mencionar Bertuccelli. 

O ator agradeceu “às amigas” que o defenderam em público nos últimos dias e lamentou que sua mulher e sua filha também estejam sendo atingidas. Disse ainda que está procurando entender “o porquê de tanto ódio” contra ele.  

Outra atriz argentina, Érica Rivas, que também trabalhou com Darín em Escenas..., denunciou os mesmos problemas com o ator pelos quais teria passado Valeria Bertuccelli. Darín reconheceu que ele e Rivas tiveram “uma grande discussão”, mas estranhou que ela tenha aceitado suas desculpas num primeiro momento para depois “voltar atrás”.

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Florencia Bas, mulher de Darín, compartilhou em seu perfil numa rede social a carta de outra atriz, Vanesa Weinberg, divulgada segunda-feira, na qual Weinberg se queixou de como foi difícil trabalhar com Bertucelli, na década de 1980. Weinberg chamou Bertuccelli de “rainha do desrespeito” e disse que se ela quiser  “paz interior” terá de se desculpar com muita gente. 

Darín ainda está trabalhando em Escenas de la Vida Conyugal, a peça na qual já contracenou com Bertuccelli e Rivas. Sua atual companheira de palco, Andrea Pietra, saiu em sua defesa. 

Ganhador de uma Concha de Prata no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián por sua atuação em Truman (2015), Ricardo Darín disse que está “morrendo de vontade de falar”, mas vai conter-se para proteger a família. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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