PUBLICIDADE

'Reservation Road' mostra drama sobre vingança e perdão

Filme concorre ao prêmio máximo no Festival de Roma e é baseado em romance de John Burnham Schwartz

Por Flavia Guerra
Atualização:

'Este é um filme sobre vingança, mas também sobre a capacidade de perdoar. Acho que todos nós, ocidentais, acabamos nos tornando muito preocupados em encontrar culpados e no vingarmos destes depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Estas questões não estão só nos assuntos macro-políticos e sociais, mas na vida cotidiana de cada um' , declarou o diretor irlândes Terry George, que compete ao trófeu Marco Aurélio, o premio máximo do Festival Internacional de Cinema de Roma, que será entregue neste sábado, 27.   Depois de um filme grandiloqüente como Hotel Ruanda, George se volta de fato aos dramas que cercam a vida de duas famílias norte-americanas. Baseado no romance homônimo de John Burnham Schwartz, a Reservation Road é a estrada em que Ethan (Joaquin Phoenix) e Grace (Jennifer Connelly) perdem o filho em um acidente de carro brutal. O assassino, Dwight (Mark Ruffalo), estava bêbado e a revolta de Ethan (a única testemunha do acidente) com a perda é ainda maior. Grace tenta levar a vida adiante. Ethan só consegue pensar em se vingar. 'é uma historia que fala de um universo muito próximo ao nosso. Percebo que é muito mais fácil para as pessoas verem filmes sobre realidades muito distantes das suas, como Ultimatos Bournes da vida, do que dramas que tratam de pessoas comuns e de suas dores', declarou George.   Vale ressaltar que a trama se desenvolve por um caminho tortuoso, em que a Justiça passa muito longe de curar a ferida deixada pela perda do filho morto. Vale também dizer que o remorso consome a vida, já tão tumultuada de Dwight. E vale dizer que os caminhos percorridos nem sempre encontram uma solução redentora e tranqüila.   Neste cenário sombrio construído por George, as misérias humanas de cada personagem se tornam evidentes e chocantes. Dwight e sua ex-mulher, Ruth (Mira Sorvino) não conseguem também seguir em frente e superar a tragédia. 'Dwight é o tipo de cara que fez tudo errado na sua vida. Não gosta de seu trabalho, seu casamento não deu certo. Ele descobre que a única relação verdadeira que tem na vida é justamente com seu filho, que tem quase a mesma idade do menino que matou. Isso faz dele um personagem shakespeariano. Ele è um cara complexo. é humano. E sofre com a culpa por seus erros', completou o diretor, que espera lançar em breve o filme no Brasil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.