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"Recém-Casados" faz comédia de núpcias

Por Agencia Estado
Atualização:

Há 15 anos, o roteirista Sam Harper casou-se e foi passar a lua-de-mel na Itália. Por uma série de fatores que não esclarece, saiu tudo errado. A mulher e ele brigaram feito cão e gato. Permanecem casados até hoje e Harper jura que são felizes, mas a experiência despertou nele o desejo de falar sobre o assunto. Escreveu o roteiro que virou Recém-Casados. O filme do diretor Shawn Levy estréia hoje. Para o público de adolescentes, ao qual se destina o filme, não importam muito esses nomes, nem de Levy nem o de Shawn. O que pode tornar o programa atraente para o público teen é o elenco. Os marmanjos poderão lembrar-se que Brittany Murphy não é só gracinha como tem ?aquela? cena de sexo com o rapper Eminem em 8 Mile ? A Rua das Ilusões. E as garotas vão lembrar-se, também, de onde viram o sorriso de Ashton Kutcher. Ele faz Michael Kelso no seriado da Fox, That?s 70s Show, sobre um grupo de amigos adolescentes nos anos 1970. Kutcher está decidido a investir no cinema. Acaba de co-produzir um filme que ele próprio co-estrela (com Terence Stamp), The Guest. Enquanto o hóspede não chega, ei-lo recém casado com Brittany Murphy. Na história ela é podre de rica e tem uma mãe que, na intimidade, gosta de ser chamada de Pussy, o que, dada a conotação sexual da palavra, tem um efeito um tanto desconcertante para o genro, toda vez em que tem de se dirigir à sogra. Brittany, no filme, é Sarah McNerney. Kutcher é Tom Leezak. Vivem a história de Cinderela às avessas. Ele é repórter de trânsito num programa de rádio noturno. Adora esportes radicais. Ela, além de rica, é ligada em história da arte. Apaixonam-se e casam-se, até porque os pais dela torcem para que o casamento dê errado, mas não impedem a união. A chama de publicidade do filme encarrega-se do resto. Diz: ?A lua-de-mel tinha tudo para dar certo. Até começar...? Cria-se a situação insólita de um casal jovem, sexy e saudável, no qual as duas partes estão obviamente interessadas em ir até o fim, não conseguir consumar o casamento. Uma cena particularmente divertida mostra a dupla na cama, logo na primeira noite, e ela rompe numa crise de choro. Ele quer saber por quê. Ela explica: ?Amanhã meus pais vão saber que não sou mais virgem.? Ele diz: ?Mas você não é mais virgem desde o tempo do ginásio.? E ela: ?Mas eles não sabem.? A platéia diverte-se com o acúmulo de infortúnios. Uma tempestade de neve isola o casal no carro, eles destroem as instalações de um casal de luxo, vão parar numa pensão vagabunda em Veneza, compartilhando os lençóis com uma... barata. Surge, para complicar, um pretendente rico da moça. O ponto de partida banaliza-se e encaminha-se para a tradicional solução do direito à segunda chance. A questão é que até um filme bobo como esse consegue dizer coisas sérias sobre o casamento, que nem precisa ser legal ? sobre a união entre as pessoas. Existem aqueles momentos, menos felizes, que não vão para os álbuns de fotografias. O casal que não conseguir administrá-los está fadado ao insucesso.

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