"Quem é Morto sempre Aparece" traz Robin Williams

Robin Williams é dono de uma agência de turismo e está endividado até o pescoço, quando tem uma idéia salvadora...

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Por Agencia Estado
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Há uma polêmica entre a crítica, que acha que Robin Williams é um falso bom ator. Ele possui uma personalidade forte e histriônica e, certamente, marca presença nos filmes de que participa, mas daí a dizer-se que interpreta bem... Robin Williams ganhou o Oscar de coadjuvante por Gênio Indomável, de Gus Van Sant (roteiro de Matt Damon e Ben Affleck) e poderá ser visto hoje na TV aberta como Jack no filme homônimo de Francis Ford Coppola. Este último lhe oferece um papel sob medida. Williams faz um homem-criança - tem aparência de 40 anos e cabeça de 10. Essa mesma idéia levou Steven Spielberg a fazer dele o seu Peter Pan em Hook - A Volta do Capitão Gancho. Tudo isso é para dizer que Robin Williams está de volta na comédia de humor negro Quem É Morto sempre Aparece, de Mark Mylod. É o segundo longa (após o inédito Ali G Indaghouse) desse diretor inglês que surgiu na TV, dirigindo episódios da série Shameless, vencedora de vários Baftas, o prêmio da Academia Britânica de TV e Cinema. A trama é engenhosa, ou parece que vai ser. Williams vive numa cidade gelada do Alasca. É dono de uma agência de turismo e está endividado até o pescoço. Para complicar, precisa urgentemente de dinheiro para o tratamento médico da mulher enferma. É quando lhe vem a idéia salvadora - como seu irmão está desaparecido há anos, ele poderá, quem sabe, arrancar o dinheiro do seguro. A questão é - como? Ele ganha uma ajuda inesperada ao encontrar um cadáver no lixo. A partir daí bola um plano - simula a volta do irmão para casa e, em seguida, o acidente fatal que resulta em sua ´morte´. Tudo parece bem encaminhado para o desfecho feliz quando surge um investigador da companhia de seguros disposto a desmontar a farsa. Giovanni Ribisi é o intérprete do papel. É o anti-Robin Williams. Fornece o contraponto à exuberância cênica de Williams. Entre os dois, coloca-se Holly Hunter, atriz de registro amplo, que lhe permite passar da comédia ao drama (e que ostenta um Oscar no currículo por O Piano, de Jane Campion). Idéias interessantes não faltam em Quem É Morto sempre Aparece, a começar pela construção da morte numa sociedade que vive para o (e pelo) dinheiro. O luto torna-se totalmente secundário e até irrelevante, já que não existe morte de verdade. Quem É Morto sempre Aparece (The Big White, EUA/2005), 100 min.). Comédia dramática. Dir. Mark Mylod. 14 anos.

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