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'Programa Casé' agrada os cinéfilos em Paulínia

Documentário sobre Ademar Casé e a comédia romântica Malu de Bicicleta tiveram sessão na noite de terça

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Por Luiz Zanin Oricchio e do Estado de S. Paulo
Atualização:

PAULÍNIA - Com o documentário Programa Casé e a ficção Malu de Bicicleta, o Festival de Paulínia teve uma boa sessão na noite de terça-feira. O primeiro resgata a figura de Ademar Casé, pioneiro do rádio e do show biz no Brasil. O segundo é uma divertida comédia romântica, que fala de relacionamentos amorosos com graça e sensibilidade, com roteiro baseado no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva. Luiz (Marcelo Serrado) é um empresário mulherengo até ser atropelado (no sentido literal e no metafórico) por uma bela ciclista, a tal Malu (Fernanda de Freitas). A partir de então, passa a ser consumido pelo ciúme. Bons diálogos, elenco afiado, humor sutil - eis aí os elementos que tornam muito agradável ver este filme de Flávio Tambellini.

 

 

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Casé - você conhece esse nome através da atriz e apresentadora Regina Casé, da TV Globo. Ela é neta de Ademar Casé e mulher do diretor do filme, Estevão Ciavatta. Esteve em Paulínia para debater o filme, mesmo porque participa dele falando do avô. E quem foi esse avô da Regina? Um homem pobre, porém cheio de energia, que nasceu no interior de Pernambuco, passou fome no Recife e resolveu tentar a sorte no Rio. Acabou por se aproximar de um meio de comunicação nascente, o rádio, que iria ter profunda importância na formação da cultura popular brasileira, da música em particular. Pelo Programa Casé passaram nomes como Dorival Caymmi, Noel Rosa e Carmen Miranda. Casé também veiculou os primeiro jingles e ganhou muito dinheiro. Quando, em 1950, a TV surgiu, Casé passou-se para o novo veículo. Foi um pioneiro.

 

Regina guarda boas lembranças do avô: "Ele era muito terno, embora um homem autoritário, alguém que veio de baixo e se tornou rico; ele valorizava muito isso", disse, em conversa com o Estado. Regina conta que, na época em que o avô era vivo, ela ainda não havia estourado na Globo e era apenas a atriz do grupo Asdrubal Trouxe o Trombone. "E isso dá dinheiro?", o avô lhe perguntava, em tom crítico. Era um empresário, um self made man brasileiro e acreditava no sucesso. Não tinha nenhum pudor em pensar assim. O importante é que, pela trajetória de Casé, passa todo um período vital da música e da cultura do País, Um belo documentário, esclarecedor e amoroso.

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