Polanski rompe silêncio e diz que EUA mentem

Cineasta divulga texto 'Não posso mais ficar em silêncio!', por meio do filósovo Bernard-Henri Lévy

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Por Redação
Atualização:

PARIS - O cineasta franco-polonês Roman Polanski rompeu o silêncio e afirmou que o processo de extradição dos Estados Unidos contra ele por um caso judicial que data dos anos 70 "se baseou em uma mentira".

 

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Em um texto intitulado "I can remain silent no longer!" ("Não posso mais ficar em silêncio!", em tradução livre), enviado ao filósofo Bernard-Henri Lévy, seu amigo, e dirigido à opinião pública, o diretor explica que quis respeitar o trabalho das autoridades judiciais, mas que chegou o momento de pedir que seja tratado "como todo mundo".

 

Lévy divulgou o texto no site de literatura e cultura que dirige, "La Règle du Jeu".

 

"É verdade. Há 33 anos me declarei culpado", diz Polanski, para apontar que já pagou por isso com uma pena de 42 dias na prisão de Chino, no estado americano da Califórnia. O cineasta assumiu então ter mantido relações sexuais com uma menor de 13 anos.

 

De seu chalé em Gstaad (Suíça), onde está em prisão domiciliar, Polanski acusa as autoridades americanas de pedir sua extradição mais para servi-lo "em uma bandeja para a mídia mundial" do que para pronunciar uma sentença sobre algo que, segundo ele, houve um acordo há 33 anos.

 

O cineasta também lembra que as acusações contra ele foram retiradas pela vítima, a qual declarou publicamente mais de uma vez que o perdoou e que não acredita que deve ser preso.

 

Polanski expressa sua esperança de que as autoridades suíças decidirão que não há motivos para sua extradição e ressalta seu desejo de recuperar a paz e a tranquilidade junto a sua família e em liberdade.

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O diretor foi detido no final de setembro passado, quando aterrissava em Zurique para receber um prêmio, em virtude de uma ordem de captura emitida pelos EUA.

 

Depois de mais de dois meses na prisão, Polanski conseguiu a liberdade condicional após o depósito da fiança de 4,5 milhões de francos suíços (três milhões de euros). Além disso, se comprometeu a não sair "em nenhum momento" dos limites de sua propriedade e a usar um bracelete eletrônico. (EFE)

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