'Podres de Ricos' e 'Meu Anjo' estão entre as estreias da semana

Os filmes estreiam nesta quinta, 25, nos cinemas brasileiros

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Por Luiz Carlos Merten e Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Em ‘Podres de Ricos’, bilionários não resistem a uma boca-livre

Ostentação. Produção é inspirada em best-seller. Foto: Warner Bros Foto:

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Primeira produção de Hollywood com direção e elenco totalmente asiáticos, Podres de Ricos baseia-se no best-seller de Kevin Kwan, Asiáticos Podres de Ricos. Reconfigura o estado do mundo, com a riqueza deslocando-se dos milionários do Texas e da Península Arábica, mas não é a China, cuja economia desafia a norte-americana, e sim Cingapura. O mais divertido é justamente a representação da riqueza.

É como representar o gênio. Alguns filmes já tentaram – 32 Curtas sobre Glenn Gould, de François Girard –, mas tocam só a superfície. O excesso de riqueza também se constitui num desafio. Esqueça o bom gosto. Os muito ricos ostentam, são vulgares, bregas – é o que o filme mostra. Numa cena, na despedida de soleira de uma bilionária, sua mãe freta um avião para levar as amigas da noiva a uma praia paradisíaca. Lá chegando, as convidadas têm 3 minutos para pegar tudo o que conseguirem numa loja de grife. São ricas como a noiva. Ninguém precisa, mas quase se matam. Nesse aspecto, bilionários são piores que mortos de fome. Não resistem a uma boca-livre.

O filme segue o formato da comédia romântica. É dirigido pelo sino-americano Jon M. Chu. Constance W é a protagonista. Professora de economia em Nova York, namora o bonitão Henry Golding, um estreante asiático, apesar do nome. Ele a convida para ir à festa de casamento de um amigo em Cingapura. O primeiro choque é no avião, quando a classe econômica vira primeira classe. O carinha é o príncipe Harry da Ásia, o solteiro mais cobiçado. Romeu e Julieta? A família dele não aprova a namorada, e vai fazer de tudo para separá-los.

Você já viu esse filme, mas não com essa tonelada de luxo esfregado na cara do espectador. De tão cafona, é irresistível. E tem o que faz a diferença – Michelle Yeoh, como a sogra megera. Michelle criou sua persona de heroína. Não pode, de repente, ser uma pessoa ‘do mal’. Tem a questão da diversidade. Pelo menos o cinema tem de ser correto. A reviravolta... Olha o spoiler. Mas não é Romeu e Julieta. É mais Cinderela, forever, e como tal a protagonista vira – literalmente – o jogo. / Luiz Carlos Merten 

Amiguinhos vindos do espaço sideral Amigos Alienígenas conta a história de Luis, um garoto de 12 anos obrigado a suportar as excentricidades do pai, um ufologista. Como este acredita na existência de seres extraterrestres, é alvo de zombaria da vizinhança. Um dia, uma nave espacial repleta de seres exóticos resolve fazer turismo na Terra e desce no quintal de Luis, que se torna assim amigo do trio de seres do espaço. O desenho é bem feito e a história tem momentos divertidos. Mas bem que poderia ousar, investir mais na imaginação e tentar caminhos diferentes do usual. Acaba ficando bastante previsível. / Luiz Zanin Oricchio

‘Halloween’ promete novos sustos aos fãs Em Halloween, temos a volta de Jamie Lee Curtis à personagem que a tornou famosa. Laurie parte para o confronto com o terrível Michael Myers, uma figura mascarada. Ela escapou da matança ocorrida na noite das bruxas, décadas atrás. Podem contar com sustos atrás de sustos. E também com certa qualidade. O filme é dirigido por David Gordon Green, mas tem o papa do terror, John Carpenter, na produção executiva. Consta que Carpenter foi além de suas funções e também prestou consultoria ao roteiro. O que é uma notícia animadora para quem procura algo além de sustos convencionais. 

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Para rir do machismo dos povos latinos em ‘Estás me Matando, Susana’ Elígio (Gael García Bernal) é um rapaz um tanto imaturo, casado com Susana (Verónica Echegui). Um dia, descobre que a esposa o abandonou sem maiores explicações. Como é apaixonado pela mulher, põe-se na estrada e tenta localizá-la. E reconquistá-la. Este é o entrecho de Estás me Matando, Susana, um filme de Roberto Sneider, que promete ser um road movie de marido abandonado, com a comicidade da terra de Cantinflas. O filme procura discutir o tão propalado machismo latino-americano e faz com que as mulheres o enfrentem com suas próprias armas. Gael é ótimo ator, já trabalhou em filmes como Amores Brutos e Diários de Motocicleta, de Walter Salles. 

Quando o submarino desaparece na Rússia em ‘Fúria em Alto Mar’

Fúria em Alto Mar trata dos jogos de guerra quando um submarino americano desaparece em águas russas, o que dá início a um incidente diplomático. Joe Glass (Gerard Butler) é o oficial destacado para investigar o caso e resgatar os tripulantes. Uma passada pelas críticas e reportagens internacionais dá a impressão de ser mais do mesmo. De fato, existem centenas de filmes sobre desaparecimento de submarinos, de clássicos a trashs. É um tipo de tema interessante, porque boa parte da ação dramática pode se passar em salas de controle. No fundo, as potências cinematográficas jamais se recuperaram do fim da Guerra Fria. 

Os dilemas de Clotilde Hesme em seu novo filme

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Em junho, estiveram no Brasil, no Festival Varilux de Cinema Francês, o diretor estreante Fabien Gorgeart e a atriz dos filmes de Christophe Honoré, Clotilde Hesme. Vieram mostrar seu longa, O Poder de Diane, que agora estreia. Num certo sentido, o filme tem algo a ver com Meu Anjo, que também estreia nesta quinta, 25. Clotilde interpreta uma personagem de espírito libertário, e também confrontada com a maternidade, como Marion Cotillard no filme de Vanessa Filho.

A grande diferença é que Diane, que leva a vida em festas e noitadas, sem apresentar muita responsabilidade – como Marion em Meu Anjo –, engravida para servir de barriga de aluguel para o par de amigos gays. Durante o processo – os 9 meses de gestação –, essa balzaquiana em plena forma (Diane tem 35 anos) encontra o homem de sua vida, Fabrizio Rongione, com quem inicia um romance. Forma-se uma situação a quatro. Diane vai abrir mão da maternidade? O filme soluciona-se com ternura e humor. É uma graça. / L.C.M.

‘Meu Anjo’ enfoca a infância desassistida

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Marion Cotillard faz a mãe irresponsável de Elli, uma garota de 12 anos. Ambientado na Côte d’Azur, este drama francês da diretora Vanessa Filho se compadece da criança sem demonizar a mãe. Filme de boa qualidade, evita sentimentalismo gratuito. /L.Z.O.

‘A cabeça de Gumercindo Saraiva’ traz episódio sangrento da História gaúcha

Filme com temática regional gaúcha, A Cabeça de Gumercindo Saraiva, dirigido por Tabajara Ruas, fala de um fato verídico da História. Um caudilho foi morto e teve sua cabeça cortada durante a Revolução Federalista, no século 19. Seus filhos saem em busca de vingança. 

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