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Paulínia quer voltar a ser polo de cinema

Após dois anos de abandono, cidade paulista terá novamente políticas para o setor e festival em 2014, diz secretária

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Por Redação
Atualização:

Idealizado como a Hollywood brasileira, o Polo Cinematográfico de Paulínia, após dois anos de abandono, irá retomar suas atividades. A revelação foi feita ao Estado pela secretária de Cultura da cidade, Mônica Trigo. “Não há nenhum risco de o Festival de Cinema não ocorrer em 2014”, anunciou.

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O orçamento ainda não foi enviado à Câmara Municipal, mas Mônica assegura que foi assinado, entre prefeitura e Governo Federal, um acordo de cooperação com o Sistema Nacional de Cultura (SNC, o SUS da Cultura) para criar um conselho, elaborar um plano municipal e estabelecer políticas permanentes. As ações estão voltadas para a revitalização da Escola Magia do Cinema, da Escola Produtora de Animação, dos quatro estúdios cinematográficos e do Theatro Municipal. Estão previstos, também, o lançamento de novos editais de fomento às produções em cinema e a promoção de oficinas de formação e capacitação direcionadas aos interessados em participar dos processos seletivos.

“Fizemos um diagnóstico da situação e chegamos à conclusão de que, em um momento de efervescência do cinema em São Paulo, é inaceitável que o polo de Paulínia esteja abandonado”, afirmou a secretária. A decisão pelo acordo com o SNC foi para garantir maior controle social nas políticas de construção e, principalmente, de “cidadania cultural” – independentemente da gestão municipal.

Retomar o polo cinematográfico, para Mônica, é um desejo que norteia toda a população da cidade. “Queremos que Paulínia seja mais conhecida pela indústria cinematográfica do que pela petroquímica”, diz ela, que assumiu há cerca de cem dias junto ao prefeito Edson Moura Júnior (PMDB).

Mais de 40 longas-metragens produzidos no Brasil foram realizados em Paulínia, como O Palhaço, de Selton Mello, indicado pelo Brasil a concorrer a uma das vagas de indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013. De acordo com a secretária, o orçamento atual destinado à cultura é muito pequeno (em torno de 4%, conforme documento da Lei Orçamentária Anual deste ano).“É preciso mais investimento, pois é na cultura que o ser humano se reconhece e se diferencia. Essas rupturas fragilizam e vulnerabilizam todo o processo”, aponta.

Inaugurado há cinco anos, o Polo Cinematográfico de Paulínia recebeu investimentos de R$ 490 milhões e, até o meio deste ano, estava em situação de abandono, ou com atividades não diretamente ligadas ao cinema.

O complexo possui cinco estúdios de gravação, escritório de captação de projetos, shopping, rodoviária e um restaurante. A prefeitura cancelou em 2012 o Festival de Cinema, que era a principal vitrine para o complexo. O orçamento era de R$ 10 milhões. O prefeito de Paulínia na época, José Pavan Júnior, que foi reeleito, alegou que o dinheiro seria usado na área social.

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