PUBLICIDADE

Em livro, Paul Newman vai contar sua própria história, 14 anos após a morte

Gravações deixadas pelo ator e filantropo descrevem relacionamento difícil com os pais e seus problemas com a bebida

Por Elizabeth A. Harris
Atualização:

Décadas atrás, o ator e filantropo Paul Newman, aborrecido com todas as reportagens e biografias não autorizadas de sua vida, registrou sua própria história oral, deixando transcrições que durante anos ficaram esquecidas no porão de sua casa em Connecticut.

Livro de memórias de Newman será publicado no próximo outono do hemisfério norte. Foto: AP Photo/Bob Child/Arquivo

PUBLICIDADE

Agora sua família decidiu transformar essas transcrições em um livro de memórias, que será publicado pela Knopf no outono.

“O que ele gravou e, em essência, o que escreveu, é muito honesto e revelador”, disse Peter Gethers, editor-geral da Knopf que vai editar o livro, que ainda não tem título. “Mostra um arco extraordinário, um cara que era cheio de falhas no início da vida e quando jovem, mas que aos poucos foi envelhecendo e se transformando no Paul Newman que queremos que ele seja.”

Newman - conhecido por seus olhos azuis e por seus 50 anos de carreira de ator em filmes como Butch Cassidy, O Indomado, Rebeldia Indomável e Gata em Teto de Zinco Quente - morreu vítima de câncer de pulmão em 26 de setembro de 2008, aos 83 anos.

O livro é baseado em horas de gravações que a estrela de cinema deixou para trás, bem como entrevistas com familiares e amigos. Foto: Knopf via The New York Times

O livro começou há mais de 30 anos como um projeto de história oral elaborado por um dos amigos mais próximos de Newman, o roteirista Stewart Stern. Stern, cujo filme de 1968 Rachel, Rachel foi dirigido por Newman e estrelado por sua mulher, Joanne Woodward, passou vários anos entrevistando pessoas de todos os cantos da vida de Newman, até mesmo seus filhos, sua ex-esposa Jacqueline Witte, amigos íntimos e atores e diretores que tinham trabalhado com ele. Essa iniciativa produziu milhares de páginas de transcrições e convenceu Newman de que ele deveria fazer sua própria versão. Stern o encheu de perguntas, disse Gethers, e eles criaram gravações que são uma mistura de entrevista e Newman falando livremente.

Insegurança

As gravações, concluídas cerca de dez anos antes de sua morte, descrevem o início da vida de Newman, até mesmo seu relacionamento difícil com os pais, seus problemas com a bebida, seus defeitos como marido no primeiro casamento e suas falhas como pai. Há um relato sincero sobre sua tristeza quando o filho, Scott, morreu de uma overdose de drogas e álcool, aos 28 anos, em 1978.

Publicidade

O livro também investiga a insegurança de Newman na juventude, explorando sua inveja de colegas como James Dean e Marlon Brando quando todos trabalhavam em Hollywood.

Paul Newman e sua família que aparecerá no livro de memórias. Foto: Knopf via The New York Times

“Ele disse que sua mãe não o via como alguém de carne e osso, mas sim como uma peça decorativa”, afirmou Gethers. “Ele disse que, se não fosse uma criança bonita, ela nunca teria prestado atenção nele. É uma coisa devastadora de se ler e claramente define muito de sua vida e de sua insegurança como ator.”

O livro de memórias também cobrirá seu casamento com Woodward, que Gethers caracterizou como “notavelmente amoroso, afetuoso e sexy”, além de sua carreira de ator e piloto de carros de corrida.  /TRADUÇÃO RENATO PRELORENTZOU

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.