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Paul Haggis está em estado de choque com o Oscar

"Apesar de todo nosso otimismo, juro que não acreditava em vencer como melhor filme", disse o diretor do filme

Por Agencia Estado
Atualização:

Paul Haggis, o diretor de Crash - No Limite, também ficou surpreso ao ouvir Jack Nicholson anunciar o prêmio máximo da Academia de Hollywood para seu filme na cerimônia do Oscar. "Apesar de todo nosso otimismo, juro que não acreditava em vencer como melhor filme. Todas apostas apontavam O Segredo de Brokeback Mountain como favorito, mas, quando Jack Nicholson disse Crash, fiquei chocado", disse Haggis. "Sabe, tínhamos um filme pequeno, que estreou na época errada. Mas, se aparentemente dava um passo errado, nosso estúdio (Lion?s Gate) provou que estava no caminho certo.? Com isso Haggis quis dizer que Crash e os outros longas concorrentes (especialmente Brokeback e Boa Noite e Boa Sorte) chegaram para alimentar um público desejoso de histórias controversas. ?Hollywood finalmente parece ter captado a mensagem da audiência, que quer sair do cinema e continuar discutindo a história?, afirmou. ?Ou seja, aquele tipo de filme que pode romper relações, se o namorado não concordar com a opinião da namorada. Acho que as pessoas hoje se interessam mais por histórias que tratam de riscos humanos.? A vitória de Crash, na opinião de seu diretor, pode ser considerada um marco na indústria cinematográfica. "Se erramos ao acreditar que estreamos na época mais imprópria, agora sabemos que o momento é o de quebrar regras. Esse é o ano em que Hollywood, com suas indicações e premiações, quebrou regras", diz o diretor. Assalto sofrido em 1991 inspirou diretor Haggis tem 52 anos é canadense e vive em Los Angeles há quase 15 anos. Diz que o fato de ser estrangeiro permitiu a ele lançar um olhar crítico sobre a cidade, como mostra em seu filme. Além de dirigir, ele também escreveu o roteiro, com Bobby Moresco, a partir de uma experiência pessoal, ao sofrer um assalto em que levaram seu carro em Los Angeles em 1991. O filme é um drama que acompanha a vida de vários personagens durante um período caótico de 36 horas em Los Angeles e enfoca a tolerância zero dos habitantes da cidade em relação ao tema catártico dos atritos raciais entre brancos, negros e latinos nos Estados Unidos. A produção independente foi rodada por US$ 7,5 milhões em 34 dias e com um elenco de mais de 70 atores. Recebeu seis indicações ao Oscar 2006: melhor filme, melhor direção, roteiro original, ator coadjuvante (Matt Dillon), canção e montagem. Haggis já havia sido indicado ao Oscar no ano passado, na categoria de melhor roteiro adaptado, por Menina de Ouro, o filme de Clint Eastwood que faturou os prêmios de melhor filme, diretor, atriz (Hilary Swank), ator coadjuvante (Morgan Freeman). Mas é mais conhecido como produtor de televisão de séries como Thirtysomething e Family Law. Seu próximo trabalho será como roteirista para na adaptação de Flags of Our Fathers, que será dirigido por Clint Eastwood. Antecipando o Oscar, o Sindicato dos Roteiristas concedeu aos roteiristas de Brokeback, Diana Ossana e Larry McMurtry, o prêmio de melhor roteiro adaptado. Eles trabalharam sobre o conto de Annie Proulx que acaba de ser publicado no Brasil. Crash ganhou do Sindicato de o prêmio de melhor roteiro original, concedido a Paul Haggis e Bobby Moresco, em cerimônia da entidade em 5 de fevereiro. Crash: melhor filme, roteiro original e montagem Brokeback: diretor, roteiro adaptado e trilha sonora King Kong: efeitos visuais, mixagem de som, edição de som Memórias de uma Gueixa: fotografia, figurino, direção de arte

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