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'Passe Livre' faz comédia com aventuras extraconjugais

Irmãos Farrelly já viveram dias melhores nos tempos de 'Quem Vai Ficar Com Mary' (1998)

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Por Redação
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Que os maridões sem graça Rick (Owen Wilson) e Fred (Jason Sudeikis) se metam a garanhões é provavelmente a primeira piada da comédia Passe Livre. Que suas esposas, Maggie (Jenna Fisher) e Grace (Christina Applegate), levem isso a sério, como levam, é mais difícil de acreditar. Mas, sem alguma fé, não haveria o filme, estreando em circuito nacional. Rick e Fred, na meia-idade, comportam-se como adolescentes bobíssimos. Não podem ver um rabo de saia sem virar-se para olhar os quadris da moça que passa. Estão em plena efervescência da curiosidade sexual, como se tivessem 14 anos, sua possível idade mental. Fred, aliás, costuma dar vazão à sua sexualidade frustrada sozinho no automóvel, diante de casa - apenas uma das situações escatológicas vistas aqui e que correspondem ao mais puro estilo dos irmãos Bobby e Peter Farrelly, que já viveram dias melhores nos tempos de Quem Vai Ficar Com Mary (1998) e outras comédias do passado. A fissura dos dois maridos é tanta que eles acabam conseguindo das esposas um passe livre de uma semana, para fazer o que bem entenderem - e que soa mais como um ultimato, o que não é. Essas duas santas mulheres parecem ter uma paciência infinita, mesmo sem motivo aparente. Os dois amigos, acompanhados de outros três - estes, apenas "observadores", porque não foram liberados pelas respectivas mulheres - acham que a semana só vai ter alegria, que vai chover mulher para eles. Uma expectativa que, é claro, fornece as outras piadas, diante das situações constrangedoras em que Rick e Fred vão se meter. Mais escatologia à vista, num encontro de Fred com uma garota com indisposição gastrointestinal e num mico que Rick paga numa sauna, ao lado de colegas compreensivelmente nus. Contra a sua própria expectativa, as duas esposas começam a se dar bem na semana livre - e elas bem o merecem. Aí, o filme encrenca, porque falta coragem para ir até o fim das travessuras extraconjugais de todos os envolvidos. Aliás, não falta só coragem. Falta originalidade, frescor, até mais liberdade. Owen Wilson é claramente um ator capaz de ir mais longe neste universo, bem como Christina Applegate. Mas ambos parecem travados pelas premissas de uma história, afinal, empenhada num bom-mocismo piegas, duro de aguentar. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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