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Parlamento egípcio não censura filme sobre homossexuais

O Edifício Yacoubian, que aborda alguns temas delicados como o homossexualismo, a tortura e a corrupção, não será censurado

Por Agencia Estado
Atualização:

O Parlamento egípcio decidiu não censurar o bem-sucedido filme O Edifício Yacoubian, que aborda alguns temas delicados como o homossexualismo, a tortura e a corrupção, porque "não danifica a moral nem as tradições egípcias". A decisão foi tomada pelo Comitê de cultura, informação e turismo do Parlamento. O comitê encarregado de avaliar o filme só mostrou suas reservas perante algumas cenas "que podem ser mal compreendidas", mas não chegou a censurá-lo. O filme, o mais caro da história do cinema egípcio, é exibido atualmente em 72 salas e deve obter uma bilheteria recorde no Egito, pois em apenas duas semanas já arrecadou dez milhões de libras egípcias (US$ 1,8 milhão). Mais de cem deputados pediram a censura a algumas cenas A projeção do filme começou a ser discutida pelos parlamentares depois que mais de cem deputados pediram que fossem cortadas as cenas que "contradizem a moralidade", em referência a algumas sobre o homossexualismo, como as que mostram um respeitado jornalista homossexual tendo relações com um soldado. Vários deputados defenderam o filme, entre eles o chefe do comitê de censura de produtos artísticos, Ali Abu Shadi, que afirmou que o filme mostra a corrupção econômica, política, social e moral, "temas que devem ser tratados como se fossem doenças". A mesma postura foi expressada pelo deputado Emad Adib, produtor do filme, que insistiu na liberdade de criatividade sempre que essa respeite os princípios da sociedade e da religião. O Edifício Yacoubian conta a história de uma comunidade de vizinhos de um imóvel que viveu dias melhores e que agora abriga desde aristocratas nostálgicos do Cairo da época da colonização até bóias-frias miseráveis que têm que se contentar em viver no telhado. Além do jornalista homossexual, o outro personagem que desperta polêmica é Taha, um jovem que, após ser rejeitado na academia de oficiais de Polícia por suas origens humildes, entra para um grupo fundamentalista, é detido, torturado e estuprado por policiais e acaba se envolvendo com o terrorismo islâmico.

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