Para Michelle Pfeiffer, atrizes maduras recebem papéis melhores

PUBLICIDADE

Por ERIK KIRSCHBAUM
Atualização:

Colocar atrizes maduras para contracenar com homens bem mais jovens é uma novidade saudável no cinema, na opinião da norte-americana Michelle Pfeiffer, que participou nesta terça-feira da estréia mundial de seu filme, "Cheri", no Festival de Cinema de Berlim. Pfeiffer disse que se sentiu "liberada" quando completou 50 anos, no ano passado, dizendo que os papéis oferecidos a ela hoje são mais interessantes que os de antes. O fato de que alguns filmes fazem atrizes mais velhas contracenar com homens mais jovens é melhor do que Hollywood simplesmente as aposentar, disse ela. "É um passo positivo, na direção certa", disse Pfeiffer em coletiva de imprensa, depois de "Cheri" ter se tornado o terceiro filme "mais velho" no festival deste ano, em seguida a "O Leitor" e "The Private Lives of Pippa Lee". Dois anos atrás, "Notas Sobre um Escândalo," com Cate Blanchett, tratava do caso de amor de uma professora e um aluno adolescente. Em "Cheri", filme ambientado na "Belle Époque" parisiense, Pfeiffer faz uma cortesã mais velha que se apaixona pelo filho de uma prostituta de alta classe rival. Ela diz que as atrizes mais velhas em Hollywood sempre enfrentaram dificuldades -- mas que não é necessariamente o que acontece com os atores mais velhos. Pfeiffer, que recebeu o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim em 1992 por "As Barreiras do Amor", comentou que as regras parecem estar mudando. "Algumas de nós estamos continuando a trabalhar. Este filme é um bom exemplo disso. É verdade que, à medida que você fica mais velha, há menos papéis. Mas também é verdade que menos filmes estão sendo feitos ao todo e que há menos papéis para atores de maneira geral." "E os papéis vão ficando mais interessantes, quanto mais velha você é", disse a atriz, que tirou uma folga de quatro anos para passar tempo com sua família, antes de retornar com dois filmes em 2007. Dirigido pelo britânico Stephen Frears, "Cheri" é baseado num romance de 1920 da escritora francesa Colette. O filme oferece um vislumbre do mundo do pré-guerra e uma visão da riqueza fabulosa de algumas cortesãs. "Essas mulheres eram fabulosamente ricas", comentou Frears, negando com um sorriso que "Cheri" guarde alguma semelhança com seu filme de 1988 "As Ligações Perigosas", também estrelado por Pfeiffer, que recebeu sete indicações ao Oscar e acabou levando três estatuetas. "Não há semelhança alguma. John Malkovich não está neste filme", brincou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.