'Papillon' está entre as grandes estreias do fim de semana

'Ponto Cego' e uma forte discussão do racismo, as relações e os dilemas modernos em 'Mare Nostrum' e a pegada do heroísmo cômico de 'Venon' são produções de destaque: veja os trailers e saiba mais do que toma as salas nos próximos dias

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Por Redação
Atualização:

O novo ‘Papillon’ e seus atores maravilhosos Só acha que Steve McQueen e Dustin Hoffman são inigualáveis quem ainda não viu Charlie Hunnam e Rami Malek no filme de Michael Noer

Papillon  (EUA/2017, 133 min.)Dir. Michael Noer. Com Charlie Hunnam, Rami Malek, Eve Hewson, Tommy Flanagan, Michael Socha

O remake de Michael Noer Foto: IMAGEM FILMES

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Por volta de 1970, Franklin J. Schaffner estava no auge – sucessos de público (O Planeta dos Macacos), obras de prestígio (Patton – Rebelde ou Herói?, vencedor de vários Oscars). E então veio o desastre de Nicholas e Alexandra, logo corrigido por Papillon. O filme adaptado do best-seller de Henri Charrière não poderia dar errado. Além do diretor, e do roteirista – Dalton Trumbo, ex-lista negra do macarthismo –, o filme tinha dois grandes astros: Steve McQueen e Dustin Hoffman.

Desde Fugindo do Inferno, montado no lombo daquelas motocicleta, McQueen esculpira o mito do rebelde, o homem impossível de manter preso. Baseado numa história real, a de Charrière, o filme é sobre esse homem que vai preso, enviado para a Ilha do Diabo e nunca desiste de fugir. Naquele inferno, faz amizade com outro detento, Louis Vega – Dustin Hoffman fazia o papel. Parecia loucura quando Hollywood anunciou que ia refilmar Papillon. Como e onde encontrar um novo McQueen, um novo Dustin Hoffman? Nos anos que se seguiram ao filme A Primeira Noite de Um Homem, Hoffman destacou-se como ator de composição (Perdidos na Noite, Papillon). Você pode imaginar a dor de cabeça de Michael Noer, que dirige a nova versão. Ou talvez ele não tenha tido dor de cabeça nenhuma. Bastou escalar Charlie Hunnam e Remi Malek.

Hunnam interpretou o aventureiro Percy Fawcett em Z – A Cidade Perdida. Tinha o physique perfeito para fazer o Rei Arthur de Guy Ritchie, mas os norte-americanos têm aquela relação complicada com a nobreza inglesa e talvez tenha sido demais para eles um rei que se fez num bordel. 

Remi Malek é um ator hollywoodiano de ascendência egípcia copta. Apareceu na Saga Crepúsculo e vem aí em Bohemian Rhapsody – até Dustin Hoffman tiraria o chapéu para ele. O novo Papillon é sólido, talvez não tanto quanto o original de Schaffner. Mas o elenco... É 10!

‘Juliet, Nua e Crua’, comédia romântica cheia de estilo 

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Juliet, Nua e Crua / Juliet, Naked (EUA, Reino Unido/2018, 105 min.)Dir. Jesse Peretz. Com Rose Byrne, Ethan Hawke, Chris O’Dowd

Luiz Zanin Oricchio  Juliet Nua e Crua, de Jesse Peretz, pode ser definido como um triângulo amoroso no melhor estilo do cinema ‘indie’ americano. Os personagens são modernos, os diálogos inteligentes e o elenco é cool até demais. Annie (Rose Byrne) vive há vários anos com Duncan (Chris O’Dowd), um crítico musical fanático pelo roqueiro Tucker Crowe (Ethan Hawke). Tucker gravou um álbum há 25 anos e depois sumiu. Tornou-se um mito. Pelo menos para seus admiradores. Entre os quais não se encontra Annie, que posta em seu blog um comentário ácido sobre Tucker. Ele mesmo responde e a partir de então a história começa para valer.  Baseado no romance homônimo do também cult inglês Nick Hornby (Febre de Bola, Alta Infidelidade), o filme tem lá seu encanto, apesar de afetar sua condição “independente” de maneira excessiva, que chega a ser até maneirista. De qualquer forma, e apesar desse exibicionismo cool, Juliet, Nua e Crua é uma boa e inteligente comédia romântica. 

‘O Futuro Adiante’ e a amizade feminina

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O Futuro Adiante / El Futuro Que Viene  (Argentina/2017, 84 min.)Dir. Constanza Novick. Com Pilar Gamboa, Dolores Fonzi, José Maria Yazpik

Florencia e Romina andam juntas, aos tapas e beijos, da infância à idade adulta. Em O Futuro Adiante, de Constanza Novick, o que temos é isso: uma bela história de amizade feminina, com todas as suas nuances, contradições e beleza. Um filme de afetos, como se diz hoje, mas que leva em conta a ambivalência das emoções. De resto, o filme é bem dirigido e seu roteiro sólido, como costumam ser os produtos dos hermanos – pelo menos aquela parte que chega até nós e consegue fazer uma prospecção interessante da mentalidade da classe média do país vizinho. Quando adultas, Florencia é interpretada por Pilar Gamboa e Romina por Dolores Fonzi. / L.Z.O.

Afeto e magia em ‘Mare Nostrum’

Mare Nostrum (Brasil/2018, 101 min.)Dir. Ricardo Elias. Com Silvio Guindane, Ricardo Oshiro, Carlos Meceni 

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Em seu terceiro longa, Eduardo Elias debruça-se sobre os detalhes que fazem o cotidiano de todos nós, como problemas de dinheiro, com filhos e separações. Mare Nostrum é a história de dois personagens que o acaso coloca em contato, um jornalista esportivo e um dekassegui que retornou ao Brasil. Eles se reúnem em torno de um misterioso terreno à beira-mar, na Praia Grande, que no passado fora negociado por seus respectivos pais. O filme é bastante simples e afetuoso, trazendo elementos mágicos para o habitual realismo adotado por Elias. O protagonista é Roberto (Silvio Guindane), repórter que deseja escrever a biografia de um jogador famoso. / L.Z.O.

A sobrevivência em tempos de horror

Os Invisíveis / The Invisibles (Alemanha/2017, 110 min.)Dir. Claus Räfle. Com Max Mauff, Alice Dwyer, Ruby O. Fee, Aaron Altaras, Victoria Schulz

Dirigido por Claus Räfle, o drama alemão Os Invisíveis volta a Berlim, em 1943, com as perseguições dos nazistas aos judeus. Estes, para sobreviver, devem colocar-se fora das vistas dos inimigos. Essa ‘invisibilidade’ tem muitas faces. Por exemplo, uma moça usa o cabelo loiro para se passar por ariana. 

‘Ponto Cego’ põe fogo na questão racial

Ponto Cego / Blindspotting  (EUA, 2018, 95 min.)Dir. Carlos Lopez Estrada. Com Daveed Diggs, Rafael Casal, Janina Gavankar

O longa de estreia do cineasta mexicano Carlos López Estrada tem tudo a ver com outras obras que também abordam a questão racial nos EUA. Neste ano em que Pantera Negra arrebentou na bilheteria e estabeleceu um novo patamar para a consciência negra na América, o filme narra a história de um negro em liberdade condicional e seu parceiro branco. De cara, o primeiro testemunha o assassinato cometido por um policial (branco). É a sua condenação à morte. López Estrada narra sua tragédia em três dias e três atos, com direito a final explosivo. Um filme forte. / L.C.M.

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‘Venom’ redefine vilão com humor

Venom  (EUA/2018, 112 min.)Dir. Ruben Fleischer. Com Tom Hardy, Michelle Williams

Todo, ou quase todo, super-herói tem uma identidade secreta. E, em diversos deles, o alter ego do herói é jornalista. Venom conta a história de um jornalista investigativo que tenta expor as falcatruas de um cientista que está pavimentando sua ascensão por meio de crimes. O próprio herói, cobaia numa experiência, torna-se hospedeiro de um monstruoso ser vivo do espaço – Venom. O curioso é que Eddie/Tom Hardy passa o filme conversando/discutindo com Venom, cuja voz só ele ouve. Essa ‘interação’ do ‘repórter e do monstro’ é inédita no universo das HQs no cinema. Tratada com humor, diverte razoavelmente. / L.C.M.

‘Verão em Rildas’ e o mundo das fake news

Verão em Rildas  (Brasil/2018, 70 min.) Dir. : Daniel Caetano. Com Alice Gorman, Dayane Benício, João Ribeiro, Matheus De Martini

A história tem tudo a ver com a de Ferrugem e, quem gostou do filme de Aly Muritiba, poderá muito bem querer conferir esse longa. Grupo de estudantes promove festival de artes em Rio das Ostras, mas uma postagem equivocada na internet transforma a vida de todos num inferno.

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