Sidney (Neve Campbell) começa a conseguir superar os traumas do passado lançando um livro de memórias, mas ainda é perseguida pelas lembranças. Essa é, em linhas gerais, a história de Pânico 4, filme que estreia na sexta-feira e dá prosseguimento à franquia, mais de dez anos depois do lançamento de Pânico 3, em 2000. Cercada de mistérios pelo estúdio norte-americano produtor do filme - quem acompanhou a sessão para a imprensa teve de assinar um termo em que se compromete a não revelar o final - o filme mostra Sidney percebendo a cada dia que mais e mais jovens conhecem sua história, mais por meio da série de filmes Stab do que pela série de livros da ex-jornalista Gale Weathers (Courtney Cox). Quando Sidney volta à sua cidadezinha para uma tarde de autógrafos, crimes acontecem e colocam em risco a vida dos jovens locais. Mais do que encenar as mortes do primeiro Stab - e por tabela do Pânico original - essa matança reinventa os crimes. Ou, como os personagens insistem em dizer: novas regras. A partir daí, essa nova empreitada do diretor Wes Craven - novamente roteirizado por Kevin Williamson, também autor da trilogia original-- segue a cartilha que a série estabeleceu. A diferença da série Pânico para os demais filmes está em que esses não se levam a sério. E quando um personagem diz "Isto não é uma comédia, é um filme de terror", ele mesmo está subvertendo sua frase. Esta é, sim, uma comédia regada a sangue. É tanto sangue, aliás, que a partir de um momento perde-se a sensibilidade, não nos damos conta de que o que está em jogo são vidas, na tela, é claro.