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País deve ganhar mais 37 salas de cinema em 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), Valmir Fernandes, afirmou na sexta-feira que deverão ser instaladas no Brasil neste ano até 37 salas de cinema, concentradas nas Regiões Sul e Sudeste. A maioria deverá ser aberta pela rede Cinemark, que pretende inaugurar entre 20 e 30 salas em cidades da Região Sudeste, entre elas Campinas e São Paulo. O Unibanco tem projeto de instalação de sete salas em Porto Alegre. Os recursos totais devem chegar a quase R$ 40 milhões, já que o investimento médio por sala fica em torno de R$ 1 milhão. Atualmente, o País possui 1600 salas, 120 a mais que em 2000, segundo números da Filme B, entidade privada que divulga dados do mercado de cinema no País. De acordo com a Abraplex, o balanço relativo ao número de espectadores em 2001 ainda não foi fechado, mas ele estimou em 75 milhões. "O crescimento no número das salas é reflexo direto da melhor qualidade dos equipamentos de som imagem e também da estrutura mais confortável. Esse mercado precisava ser modernizado", disse. Fernandes, que também é presidente da rede Cinemark, afirmou que a concentração das salas nas principais cidades da Região Sudeste é "uma questão de oportunidades". "Por enquanto não estamos vendo oportunidades em outros locais, mas interesse há, tanto é que já abrimos salas em Aracaju e Manaus", declarou. A rede possui um total de 275 salas. Segundo a Abraplex, 2600 empregos foram gerados pelo setor de exibição nos últimos quatro anos. Ele afirmou que os dados de faturamento deste setor em 2001 ainda não foram fechados. Segundo o diretor de Relações Institucionais do Sindicato da Indústria Cinematográfica, André Sturm, a crise das salas nos anos 80, quando várias delas foram fechadas, foi atenuada com a entrada das empresas estrangeiras no setor de exibição na década seguinte. "São salas com extremo conforto e é natural que essas empresas queiram instalar seus projetos em regiões onde o retorno financeiro é mais garantido", disse. Ele informou que atualmente menos de 200 municípios no País possuem salas de exibição e que cada brasileiro vai ao cinema, em média, uma vez a cada dois anos. "É cruel comparar, mas o americano vai em média seis vezes por ano ao cinema", contou. Na opinião de Sturm, a escassez de salas e sua má distribuição pelo Brasil poderia ser atenuada com incentivos à construção de novos empreendimentos, como por exemplo a liberação de linhas de crédito pelos órgãos de financiamento, com juros razoáveis. "As taxas têm de ser modestas porque a montagem de uma sala de cinema é um investimento de longo prazo", ressaltou. Para a presidente do Sindicato, Assunção Hernandes, o Brasil deveria ter no mínimo 6 mil salas. O diretor salientou que um número tão baixo de salas de cinema acaba afetando o resultado das produções nacionais, uma vez que as chances de exibição destas acabam sendo reduzidas. "Por causa do resultado fraco, produzir filmes no Brasil é uma coisa complicada, porque o retorno fica comprometido".

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