22 de fevereiro de 2009 | 05h53
As duas categorias nas quais os jurados premiam as grandes atuações masculinas no Oscar - Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante - vivem situações bem diferentes, já que, enquanto na primeira a disputa ainda não tem vencedor certo, na última a estatueta praticamente já tem dono e será muito difícil haver surpresas. Como melhor ator, o mais bem cotado na competição é o nova-iorquino Mickey Rourke, por sua interpretação do boxeador Randy The Ram Robinson, no filme O Lutador. O papel já rendeu ao astro, até agora, o Globo de Ouro, o Bafta, o Critics Choice Awards e o Screen Actors Guild Awards. Para a professora de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcela Amaral, o ator levaria a estatueta na 81ª edição do Oscar porque a Academia (de Artes e Ciências Cinematográficas) adora dramas pessoais, e Rourke é um dos casos de bons atores que se perderam no caminho para ressurgir triunfalmente em um papel marcante. No entanto, ela acredita que a disputa está polarizada entre o nova-iorquino e o californiano Sean Penn, de Milk - A Voz da Igualdade (Gus Van Sant). O astro já conquistou alguns prêmios relevantes por sua atuação como Harvey Milk, o primeiro político declaradamente homossexual a ser eleito na Califórnia, e é, na opinião da especialista, o único que pode tirar a estatueta das mãos de Rourke. Por sua vez, Marcelo Hessel, um dos especialistas que escrevem para o site Omelete, acredita que Frank Langella e sua interpretação do ex-presidente americano Richard Nixon em Frost/Nixon são fortes o suficiente para que o ator seja levado em conta na hora da premiação. Correm por fora Richard Jenkins, indicado por seu papel em O Visitante, e Brad Pitt, por sua atuação em O Curioso Caso de Benjamin Button. Tanto Hessel quanto a professora da UFF atribuem as poucas chances do companheiro de Angelina Jolie à dificuldade na hora de distinguir a interpretação do ator dos recursos técnicos e digitais usados para mostrar as transformações sofridas por Button na fábula do homem que nasce velho e vai rejuvenescendo com o tempo. E se a situação é indefinida nessa categoria, na disputa por Melhor Ator Coadjuvante o australiano Heath Ledger, morto em janeiro de 2008, é unanimidade, após o astro já ter arrematado, por exemplo, o Globo de Ouro e o Bafta. No entanto, até que ponto a estatueta será concedida ao australiano pelos méritos de sua atuação como Coringa, em Batman - O Cavaleiro das Trevas, ou apenas como homenagem póstuma é motivo de divergência entre os especialistas. Para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, a estatueta sem dúvida será conquistada por Ledger, tanto por sua interpretação quanto pelo tributo da Academia a um ator que demonstrou ter potencial para se tornar um grande astro caso sua vida não tivesse sido interrompida por uma overdose acidental de medicamentos.
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