"Oscar brasileiro" anuncia finalistas

Indicados do Grande Prêmio do Cinema compõem uma boa amostragem da produção e mostram que a safra de 2002 foi de grande qualidade

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Por Agencia Estado
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Cidade de Deus, Dias de Nietzsche em Turim, Houve uma Vez Dois Verões, O Invasor e Madame Satã disputam o troféu de melhor filme no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2003, a nossa versão do Oscar. A relação de títulos foi divulgada pela Academia Brasileira de Cinema, juntamente com os finalistas em outras categorias. Agora haverá nova votação, para escolher o vencedor entre os indicados. A festa de premiação está marcada para dia 9 de dezembro, no Cine Odeon, no centro do Rio. Entre os documentários, disputam seis títulos (porque houve empate na quinta colocação): Edifício Master, Janela da Alma, Onde a Terra Acaba, Ônibus 174, Rocha que Voa e Viva São João!. Os diretores indicados são Beto Brant (O Invasor), Eduardo Coutinho (Edifício Master), Fernando Meirelles (Cidade de Deus), João Jardim e Walter Carvalho (Janela da Alma) e Karim Aïnouz (Madame Satã). Alexandre Borges, Lázaro Ramos, Leandro Firmino da Hora, Marco Ricca e Werner Schunemann disputam a estatueta de melhor ator. E Débora Duboc, Julia Lemmertz, Marcélia Cartaxo, Marieta Severo e Roberta Rodrigues concorrem à de melhor atriz. Serão distribuídos ainda prêmios de melhor ator e atriz na categoria coadjuvante, direção de fotografia, direção de arte, figurino, maquiagem, roteiro original, roteiro adaptado, montagem, som, trilha sonora, curtas-metragens de ficção, documental e animação. Tudinho do jeito da Academia de Hollywood. E, sendo assim, não poderia faltar também a categoria de filme estrangeiro, aquele prêmio de Hollywood a que tanto se aspira por aqui. Os "nossos" estrangeiros são Fale com Ela, Pantaleão e as Visitadoras, Assassinato em Gosford Park, Cidade dos Sonhos, O Fabuloso Destino de Amélie Poulin e A História Real. Esses concorrentes - nacionais e estrangeiros - foram escolhidos de um conjunto de títulos exibidos entre 1.º de janeiro e 31 de dezembro de 2002. Daí o ar de coisa velha. É que, a exemplo do que acontece com seu modelo americano, também o Oscar brasileiro deveria ser distribuído no início do ano seguinte. Acontece que, com a mudança de governo, a viabilização econômica do concurso ficou comprometida. E a premiação sai assim, quase no epílogo do ano. Espera-se que essa defasagem seja corrigida na edição do ano que vem. Fica difícil comentar item a item uma escolha tão ampla. Mas cabe ressaltar que, de modo geral, os títulos mais significativos foram chamados para a disputa final. É uma bela amostragem, provando que a safra de 2002 foi de excepcional qualidade no cinema brasileiro. Depurada por um colégio eleitoral formado por gente da profissão e por jornalistas especializados, a produção apresenta sua melhor face, sob o ângulo mais favorável. O resultado não envergonha nenhuma cinematografia.

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