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Oscar 2004 tem campanhas moderadas

Depois de anos em que a briga pelo Oscar foi ameaçada por excessos e baixarias, a Academia ameaçou de expulsão quem fizer campanha agressiva. E funcionou

Por Agencia Estado
Atualização:

A briga pelo Oscar é uma verdadeira corrida pelo ouro. Toneladas da ambição, desejo e competição temperam a busca pela glória na noite de entrega das estatuetas douradas do cinema. Mas estes são sentimentos acumulados na campanha por cada filme, ator, diretor ou técnico indicado ao prêmio. E o Oscar de 2004 vai entrar para a história como aquele em que a Academia promoveu um refluxo nas até então histéricas e abusivas campanhas publicitárias. Foram baixadas duras regras para as campanhas publicitárias deste ano. O objetivo era fazer com que o pedido de voto para os filmes indicados fosse feito de acordo com os méritos da produção. Foram proibidas festas com o objetivo declarado de ganhar votos para determinado filme, assim como anúncios em que um membro da Academia declare seu voto. As novas regras colaram por um simples motivo: a Academia ameaçou com expulsão quem fizesse campanha à moda antiga. Por campanha à moda antiga entenda-se aquilo que a Miramax fez, por exemplo, com Gangues de Nova York no ano passado. Anúncios do filme traziam uma declaração do diretor Robert Wise pedindo votos para o filme de Martin Scorsese. Além disso, o chefão da Miramax, Harvey Weinstein, disse publicamente que um Oscar para Scorsese na categoria de melhor diretor deveria ser dado como se fosse um Oscar pelo conjunto da obra. Um apelo à importância do genial cineasta que não pegou. Scorsese e seu filme saíram de mãos abanando da festa do Oscar. Antes, a Universal Pictures reclamou que outros estúdios estavam fazendo campanha contra seu principal candidato, Uma Mente Brilhante. Nada ficou provado, mas o fato é que o filme em que Russell Crowe faz o papel do matemático John Nash levou a estatueta de melhor do ano. "As pessoas estão com tanto medo de serem expulsas da Academia que estão distantes de qualquer coisa que possa lhes trazer problemas", diz o repórter da Daily Variety Pete Hammond. Mas as novas regras não impediram que a campanha tomasse as ruas americanas. O site Hollywood Reporter informou que mais de 1 mil páginas de anúncios foram vendidas na mídia impressa americana para pedir votos no Oscar. E as festas continuam. A atriz Julianne Moore promoveu uma festa para sua protegé Patricia Clarkson, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Do Jeito que Ela É. E a Universal deu almoços em nome de Seabiscuit e Encontros e Desencontros. Mas nenhum desses eventos foi abertamente motivado pela busca de votos, embora sejam sim uma corrida pela preferência dos eleitores do Oscar. E, como sempre, uma das maiores regras de Hollywood está valendo: a de ser visto. Quem quiser levar um Oscar deve se preocupar em aparecer o máximo possível na temporada pré-Oscar. Sean Penn, que já foi indicado três vezes sem vencer nenhuma, é conhecido por não fazer campanha. Desta vez, até levou sua mãe ao almoço anual dos indicados. É que na corrida vem Bill Murray, indicado por Encontros e Desencontros, que fez um comovente discurso na entrega do Globo de Ouro, quando ganhou por melhor ator de comédia. Penn, indicado por Sobre Meninos e Lobos, ficou em casa.

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