Os filmes ‘Carnívoras’ e ‘O Paciente – O Caso Tancredo Neves’ estão entre as estreias da semana

Os filmes entram em cartaz nesta quinta, 13, nas salas de cinema do País

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Por Redação
Atualização:

Os irmãos diretores Jérémie e Yannick Renier, felizes com as atrizes de ‘Carnívoras'

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Carnívoras / Carnivores (França, Bélgica/2018, 98 min.) Dir. Jérémie Renier, Yannick Renier. Com Leïla Bekhti, Zita Hanrot, Hiam Abbass

Vieram todos ao Brasil, no Festival Varilux – os irmãos diretores Jérémie e Yannick Renier, a atriz Zita Hamrot. O filme é Carnívoras, que estreia nesta quinta, 13. Duas irmãs morbidamente parecidas. Uma consegue os melhores papéis, a outra, a inveja. Mas quando a primeira não consegue corresponder à expectativa de seu diretor, a outra está ali a postos, pronta para substituí-la e dar tudo de si.

Numa entrevista, no Rio, Zita, que faz Samia, a atriz que tem tido maiores chances na carreira, contou como os Reniers se projetaram nas personagens. “Yannick é mais homem de teatro, tem experiência de direção. Mas eles queriam dirigir juntos e essa história lhes possibilitou colocar muita coisa deles mesmos. É curioso, mas eles queriam que Leïla Bekhti (que faz a outra personagem, Mona) e eu atuássemos no limite da possessão, para criar estranhamento no público.”

Cena do filme 'Carnívoras': irmãs morbidamente parecidas.Crédito: Bonfilm Foto:

Em toda parte onde mostram Carnívoras, os Reniers ouvem a inevitável comparação. Seu filme lembra muito Gêmeos, Mórbida Semelhança, de David Cronenberg. “Ele (Cronenberg) é um grande diretor, com um universo próprio. Nós somos estreantes, por mais experiência que Jérémie tenha como ator (dos irmãos Dardenne, principalmente) e eu como ator e diretor de teatro. Mas foi um privilégio fazer esse filme que trata de fraternidade com meu irmão”, disse Yannick.

Mesmo com risco de spoiler, vale destacar que o relato evolui para um desfecho brutal. As atrizes sabiam disso? “Sem dúvida. Esse projeto nasceu sob o signo da transparência. Atores, técnicos, todos sabiam o que estávamos querendo fazer, e por que”, explicou Jérémie. “Como Leïla faz uma personagem mais opaca, era um pedido nosso, como diretores, que ela colocasse no olhar uma sensação de instabilidade, de que algo iria ocorrer. Ficamos muito satisfeitos com o rendimento de nossas atrizes. Elas superaram nossas mais otimistas expectativas.” (LUIZ CARLOS MERTEN)

Indiscreto charme da ‘intelligentsia’ paulistana O Banquete (Brasil/2017, 104 min.) Dir. Daniela Thomas. Com Drica Moraes, Mariana Lima, Bruna Linzmeyer

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O Banquete estava programado para o Festival de Gramado, mas sua diretora, Daniela Thomas, resolveu sair da mostra em virtude do falecimento de Otavio Frias Filho, publisher da Folha de S. Paulo.

Um dos personagens, Mauro (Rodrigo Bolzan) é decalcado em Frias. Como este, Mauro corre risco de ser preso por uma carta pública em que ataca o presidente da República. Essa ameaça pesou sobre Frias no governo Collor. 

O ambiente é intimista e quase em cenário único. Nesse filme à clef, os personagens são identificáveis para quem frequentou o meio cultural e jornalístico entre os anos 1980 e 1990. Entre vinhos finos e comidas sofisticadas, rola o clima típico dessas festinhas da intelligentsia nativa, meio liberal meio esquerda light: comentários ácidos, seduções, arrogância e tremenda hostilidade entre todos. 

Que gente!, dirá o espectador. A filmagem é sofisticada, em longos planos-sequência, os diálogos são inteligentes, mas a sensação de desalento é inevitável. Isso é Brasil. Parte dele, ao menos. (LUIZ ZANIN ORICCHIO)

O Brasil inteiro cabe na eleição de Camocim

Camocim (Brasil/2017, 76 min.) Dir. Quentin Delaroche 

Camocim é um município do Estado de Pernambuco. Camocim não é só um lugar, é também o título de um belo documentário que estreia nesta quinta-feira, 13. A menos de um mês da eleição, ganhará o cinéfilo que conferir o filme do diretor Quentin Delaroche com Mayara Gomes.

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Documentário, ficção. Cinema nas bordas. O Brasil inteiro cabe nessa cidadezinha em que a disputa pela Câmara polariza a população. Mayara faz a campanha de um dos candidatos. O clima é apaixonado. Um amigo de Mayara dá conta da situação ao dizer que a avó se recusou a lhe dar um abraço porque ele estava com a camisa no cor do outro candidato que não o dela.

A garota é a alma do filme – bem articulada, séria, leal. Cobra atitudes de César, o seu candidato. Discute estratégias, tenta provar por A + B que ele é o melhor, e por quê. Como filme, a despeito da simplicidade, é ótimo. Reflete o País. Mayara, com seu domínio de câmera, é a prova de que a política ainda comporta idealismo. (L.C.M.)

O novo ‘Predador’, violento, abusivo e sem foco

O Predador / Predator (EUA/2018, 107 min.) Dir. Shane Black. Com Boyd Holbrook, Sterling K. Brown, Keegan-Michael Key

Shane Black começou como roteirista na série Máquina Mortífera. Ganhou um recorde de US$ 4 milhões pelo roteiro de Despertar de Um Pesadelo, o noir que o diretor Renny Harlin fez com sua mulher na época, Geena Davis. O fracasso monumental da produção não inibiu a carreira de Shane Black. Ele dirigiu Homem de Ferro 3 e agora O Predador. O filme tem dado muito o que falar na ‘América’, menos por suas qualidades do que pelas denúncias da atriz Olivia Munn, que levaram a que a Fox ordenasse a retirada do filme de uma cena em que o ator, amigo do diretor, teria ofendido a estrela.

Era só o que faltava – abuso. Porque o filme já começa meio esquisito. Uma operação para resgatar reféns de um traficante, surge o alienígena, a trama prossegue com um garoto autista, um ônibus de loucos, um militar governista mais insano ainda e, de repente, são dois predadores, e o segundo é um modelo maior e mais avançado – ou seja, mais predador ainda. O filme seria melhor e até mais divertido se Shane Black não perdesse tempo com piadinhas sem graça. John McTiernan e Irwin Kershner, nos predadores anteriores, tinham mais foco. / L.C.M.

Especializado em  tratar criminosos

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Hotel Artemis (EUA, R.U./2018, 93 min.) Dir. Drew Pearce. Com Jodie Foster, Sofia Boutella, Dave Bautista

Num futuro não muito longínquo, em Los Angeles, existe um hospital especializado em recuperar criminosos. O nome da instituição é Hotel Artemis, filme de ficção científica de Drew Pearce. O estabelecimento é dirigido por uma Enfermeira (Nurse), interpretada por ninguém menos que Jodie Foster. 

‘O Paciente’ evoca a agonia de Tancredo 

O Paciente - O Caso Tancredo Neves (Brasil/2017, 120 min.) Dir. Sergio Rezende. Com Othon Bastos

Pela agonia de Tancredo Neves, Sergio Rezende, em O Paciente, evoca um país das esperanças perdidas. Sentindo dores, Tancredo evitava se tratar por temer reações militares. Os médicos davam seu show de vaidades à parte, enquanto a verdade era escondida do povo. Boa dramaturgia. / L.Z.O. 

A angústia diante do tempo que não para

O Homem Que Parou o Tempo (Brasil/2018, 61 min.) Dir. Hilnando SM. Com Gabriel Pardal

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Na ficção científica O Homem Que Parou o Tempo,  de Hilnando SM, João (Gabriel Pardal) vive num muquifo fazendo suas experiências. Angustiado com o fluxo do tempo, resolve detê-lo. Faltam recursos, de várias ordens, para que a ideia seja mais bem desenvolvida. / L.Z.O. 

Família, com a estrela de terror, Farmiga

Limites / Boundaries (Canadá, EUA/2018, 104 min.) Dir. Shana Feste. Com Vera Farmiga, Christopher Plummer

Vera Farmiga ganhou status de estrela com o sucesso da série de terror Invocação do Mal. Agora, ela está na estrada, numa viagem de carro com o pai criminoso e o filho. O garoto vai descobrir que, de perto, nenhuma família é normal. Os elogios vão para o veterano Christopher Plummer.

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