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‘Os Farofeiros' e documentário sobre Torquato Neto estão entre as estreias da semana

Confira os filmes que entram em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 8º

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Por Redação
Atualização:

Um feriado infernal, mas muito divertido

Os Farofeiros

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(Brasil, 2017, 99 min.)Dir. de Roberto Santucci, com Maurício Manfrini, Cacau Protásio, Danielle Winits, Charles Paraventi, Aline Riscado, Antônio Fragoso, Nilton Bicudo

Luiz Carlos Merten

Roberto Santucci é aquele diretor que os críticos amam odiar. Sua lista de sucessos é imensa, mas são filmes de comédia com nomes conhecidos da televisão. As séries De Pernas pro Ar, Até Que a Sorte nos Separe, etc. Santucci tem uma noção muito clara do cinema que faz. Seu objetivo, segundo as próprias palavras, “é manter a indústria rodando para que outros diretores também possam fazer seus filmes”. Dentro desse conceito – filmes que tenham identificação popular para faturar na bilheteria –, ele propõe agora um tema que já foi visitado pelo cinema de Hollywood. As férias frustradas.

No caso brasileiro, Os Farofeiros. Acostumado a trabalhar com nomes conhecidos da televisão e do cinema – Leandro Hassum, Ingrid Guimarães –, Santucci dessa vez abre o leque. Maurício Manfrini, Cacau Protásio, Aline Riscado, Nilton Bicudo, etc. Basicamente a trama diz respeito a quatro casais que espelham a diversidade social brasileira. Tem desde a perua da zona sul (Danielle Winits) até figuras mais representativas de estratos mais baixos e até da periferia. O filme começa numa festa de escritório, com piadas muito vulgares – mas menos do que qualquer espiada da câmera indiscretas do BBB. 

Cena do filme 'Os farofeiros', de Roberto Santucci. Foto:Downtown Filmes Foto:

Com seu roteirista Paulo Cursino, Santucci se permite brincar à vontade. Seu tema não deixa de ser o próprio cinema. Se uma cena cria uma multiplicidade de telas dentro da tela, flagrando a reação do público – mas qual público? –, o filme também flerta com o terror. “A cena do filme dentro do filme é do Paulo Cursino, a da piscina é minha. Pensei num terror tipo O Chamado, mas é impressionante a releitura que cada um faz das coisas. Teve gente que viu Carrie, a Estranha.” Rir talvez seja a solução nesse país de ficão científica que virou o Brasil, mas há um olhar generoso para a ‘crise’. Demitir não resolve o problema no escritório. É desumano. O Chefe (negro, uma inovação?) aposta em soluções criativas como filme.

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Torquato Neto – Todas as Horas do Fim

(Brasil, 2017.)Dir. de Eduardo Ades, com Caetano Veloso e Gilberto Gil 

Um dia antes que a dupla de diretores Eduardo Ades e Marcos Fernando fosse à TV Estadão falar de seu longa Torquato Neto – Todas as Horas do Fim, o jornal espanhol El País publicou um belo texto explicando porque o Brasil precisa (re)descobrir o compositor. “Ele foi um artista extraordinário. Criou músicas que as pessoas nem sabem que são dele, como Pra Dizer Adeus, foi cineasta e pensador do Brasil, com atuação decisiva na época do Tropicalismo. Foi acima de tudo um grande poeta, mas quem sabe de tudo isso?”

Ao mesmo tempo que interrogam, os diretores dizem que o filme nasceu dessa vontade de dar luz a um personagem tão pouco conhecido – eles não encontraram uma só entrevista gravada de Torquato. “Nossa solução foi recorrer a um ator para expressar a riqueza de sua escrita e a complexidade de seus sentimentos.” Torquato matou-se aos 28 anos, em 1972. Só um ator para coloca\r tudo isso na tela: Jesuíta Barbosa. “Ele é genial”, dizem. O importante é que, atravessado pela morte – o suicídio é referido de cara –, o filme foi feito para celebrar a vida. É muito bom. / L.C.M. 

Torquato. Um compositor que merece ser redescoberto. Foto:Vitrine Filmes Foto:

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Santoro – O Homem e Sua Música

(Brasil, 2015.)Dir. de John Howard Szerman

Outro documentário que assume o compromisso de resgatar um grande artista pouco conhecido do Brasil também estreia nesta quinta e parte de um conceito parecido. Santoro – O Homem e Sua Música, de John Howard Szerman, também visa a iluminar a trajetória de um brasileiro devorado pelo Brasil. O amazonense Cláudio Santoro (1919-1989) foi um compositor erudito que os especialistas colocam entre os maiores do século passado. O problema é que ele, sendo comunista, conheceu o inferno das perseguições. O mundo o reverenciava. No País, impedido de exercer sua arte, precisou dar aulas particulares e até criar bois para sobreviver. O personagem é extraordinário, sua música é forte e o filme faz justiça a ambos, mesmo que num formato com frequência associado à TV – os chamados ‘cabeças falantes’, entrevistados que dão seus depoimentos sobre as perseguições ao homem e a importância de sua obra. É interessante ver como os estrangeiros reverenciavam Santoro. Não só eles. O respeito transparece nos depoimentos de artistas que tocaram para ele. / L.C.M.

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Cena do filme 'Santoro - O Homem e Sua Música', de John Howard Szerman. Foto: DA'n Zen Produções Foto:

Encantados (Brasil, 2017). Dir. de Tizuka Yamasaki, com Carolina Oliveira, Thiago Martins, Letícia Sabatella

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Adriana Del Ré

A atriz Carolina Oliveira despontou ainda criança, aos 11 anos, na minissérie da Globo, Hoje É Dia de Maria, de Luiz Fernando Carvalho. O talento daquela garota em sua estreia na TV chamou a atenção da diretora Tizuka Yamasaki, que, pouco tempo depois, a transformou na protagonista de seu filme Encantados. Carolina é uma força na telona no papel da jovem pajé Zeneida Lima – inspirada numa personagem real que vive no Pará – dosando a inocência da menina que está entrando na fase da adolescência e a intensidade de quem deixou de ser criança e tem de enfrentar seu destino. Encantados, no final das contas, é feito de personagens femininas fortes: além de Zeneida, há ainda sua mãe, Zezé (Letícia Sabatella), e Cotinha (Dira Paes), que trabalha na casa da família, peças fundamentais nesse momento decisivo na vida da garota. Com belas cenas da natureza paraense, a história do amor proibido entre Zeneida e Antônio (Thiago Martins), um ser da natureza, dá um tempero na história contada por Tizuka, talvez para tornar mais palatável ao grande público a trajetória da pajé. 

O Filho Uruguaio (França/2016, 96 min.)Dir. de Olivier Peyon. Com Isabelle Carré, Ramzy Bedia, Maria Dupláa

Divorciada e vivendo na França, Sylvie (Isabelle Carré) decide viajar até o Uruguai para tentar resgatar seu filho Felipe (Dylan Cortes), que foi sequestrado pelo pai há quatro anos. Sem contar com a polícia francesa, agora ela tem a ajuda do assistente social Mehdi (Ramzy Bedia), que consegue se aproximar do menino. 

De Volta / Go Home (Bél-Fr-Líb-Suí/2015, 98 min.) Dir. de Jihane Chouaib. Com Golshifteh Farahani, Julia Kassar

Nada (Golshifteh Farahani) foi embora do Líbano para fugir da guerra, mas decide voltar. No entanto, esse retorno não será como esperava, passando a se sentir uma estrangeiro em seu próprio país. O único lugar em que se sente bem é uma casa abandonada, que lhe traz lembranças do avô desaparecido. 

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Uma Espécie de Família (Arg-Br-Fr-Pol-Din/2017, 95 min.)Dir. de Diego Lerman. Com Bárbara Lennie, Daniel Aráoz

Malena é uma médica de classe média de Buenos Aires determinada a se tornar mãe. Ela viaja sozinha para o interior da Argentina com o objetivo de adotar um recém-nascido e, na viagem, confronta diversos limites morais que a fazem se questionar até onde é capaz de chegar para formar a família que deseja.

A Imagem da Tolerância (Brasil/2017, 76 min.) Dir. de Joana Mariani e Paula Trabulsi

O documentário incentiva a reflexão a partir da ampla simbologia por trás da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que possui devotos diversos e uma infinidade de significados para cada um deles. Conta com depoimentos de Maria Bethânia, padre Fábio de Melo e Nany People, entre outros.

Medo Profundo / 47 Meters Down (EUA/2016, 93 min.)Dir. Johannes Roberts. Com Mandy Moore

Duas irmãs saem de férias e mergulham com tubarões no México. Só que a brincadeira não dá certo e elas ficam presas na jaula que as separa das criaturas. Com menos de uma hora de oxigênio restante e muita água acima da cabeça, elas precisam encontrar uma maneira de escapar da morte.

O Passageiro / The Commuter

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(EUA-França-Reino Unido/2018, 105 min.)Dir. de Jaume Collet-Serra. Com Liam Neeson, Vera Farmiga

Durante o seu trajeto habitual de volta para casa, um vendedor de seguros é forçado por uma estranha misteriosa a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem em que se encontra antes da última parada. Com a rotina quebrada, o homem descobre estar no meio de uma conspiração criminosa. 

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