Oliver Stone dá aula de cinema em Cannes

Durante a tradicional Leçon de Cinéma do festival, o diretor teorizou sobre cinema e aproveitou para espetar o governo americano

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Cannes teve ontem a sua tradicional Leçon de Cinéma, a aula de cinema, que desta vez foi dada por Oliver Stone. O diretor de Natural Born Killers e JFK falou em francês (sua mãe é francesa) e conquistou a platéia. Trechos de seus filmes foram comentados por ele. Respondendo a perguntas do crítico Michel Ciment e depois da platéia, Stone falou sobre seu próximo projeto, um filme sobre Alexandre, rei da Macedônia. Discorreu sobre cinema, teorizou sobre montagem e disse como dirige seus atores. Mas não se furtou a comentar atualidades. Confirmou que esteve na semana passada em Cuba para filmar mais 20 horas com Fidel Castro para seu documentário Comandante, que ficou desatualizado depois da prisão e fuzilamento de dissidentes. E nem por isso deixou de espetar o governo americano. Como foi chamado de paranóico, disse que: "As guerras americanas têm sempre motivação econômica, só não vê isso quem não quer." "E tudo se acentuou atualmente; existe uma espécie de fascismo na América, com as corporações controlando totalmente o Estado", diz. Conta que, em seus filmes, não faz mais que refletir essa realidade, sempre denegada pelo cidadão comum, preocupado com seu emprego e com os problemas do cotidiano. Por isso, sente-se contente em se refugiar agora no século 4.º antes de Cristo, contando a vida de Alexandre. A não ser que faça dela uma metáfora para o tempo atual, o que não é nada improvável.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.